Economia

Leilões geram maior parcela do câmbio na dívida pública

A proporção da dívida pública mobiliária – em títulos – interna corrigida pelo dólar encerrou julho em 3,92%, o nível mais alto desde agosto de 2005 (4,11%)


	Dólar e Real: apesar de estar no maior nível em oito anos, a exposição da dívida pública ao câmbio continua em percentuais inferiores aos observados em crises econômicas anteriores, como a de 1999 e a de 2002
 (Chris Hondros/Getty Images)

Dólar e Real: apesar de estar no maior nível em oito anos, a exposição da dívida pública ao câmbio continua em percentuais inferiores aos observados em crises econômicas anteriores, como a de 1999 e a de 2002 (Chris Hondros/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 17h34.

Brasília – A injeção de pouco mais de US$ 40 bilhões no mercado futuro nos últimos meses fez a parcela da dívida pública corrigida pelo câmbio atingir o maior nível em oito anos. Segundo números divulgados hoje (26) pelo Tesouro Nacional, a proporção da dívida pública mobiliária – em títulos – interna corrigida pelo dólar encerrou julho em 3,92%, o nível mais alto desde agosto de 2005 (4,11%).

Os números deste mês só serão divulgados no fim de setembro, mas o fato de que o Banco Central (BC) pretende vender mais US$ 60 bilhões até o fim do ano fará esse percentual aumentar. Apesar disso, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, disse que o Brasil está preparado para enfrentar uma elevação da dívida cambial porque é credor em dólar no exterior.

Segundo Garrido, se forem confrontadas as reservas internacionais (ativos) – atualmente em torno de US$ 370 bilhões – com a dívida externa (passivos) – atualmente em US$ 314 bilhões, o país leva vantagem. Isso porque uma desvalorização do câmbio aumenta o endividamento externo em reais, mas também aumenta o valor das reservas na moeda brasileira.

Ele ressaltou que os contratos em swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) são vantajosos para a contabilidade pública porque o país tem mais ativos que passivos no exterior.

Apesar de estar no maior nível em oito anos, a exposição da dívida pública ao câmbio continua em percentuais inferiores aos observados em crises econômicas anteriores. Em dezembro de 1999, a parcela da dívida corrigida pelo câmbio somava 22,82%. Em dezembro de 2002, quando o real sofreu um forte ataque especulativo, a proporção chegou a 37%.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDívida públicaDólarMercado financeiroMoedas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor