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Lei antidumping ainda restringe acesso de siderúrgicas brasileiras aos EUA

Mesmo com o fim das sobretaxas de importação, produtos nacionais ainda sofrem tarifação de até 42%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

O fim das sobretaxas de importação do aço anunciado pelo governo americano possibilita a retomada imediata de exportações brasileiras para os Estados Unidos da ordem de 110 milhões de dólares por ano. No médio prazo, esse valor deve chegar a 135 milhões de dólares. Esse é o cálculo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), que afirmou nesta sexta-feira (5/12) que a decisão do presidente Geoge W. Bush "demonstra uma atitude de compromisso com as regras da Organização Mundial do Comércio". Entretanto, a queda da resolução 201, que sobretaxava 16 produtos siderúrgicos desde março de 2002, ainda não garantiu o fim das restrições de acesso ao mercado americano. Isso porque ainda estão vigor tarifas impostas pela lei entidumping, que chega a taxar em até 42% alguns produtos siderúrgicos. A Companhia Siderúrgica Nacional, por exemplo, diz que o fim das barreiras não terá impacto sobre seus negócios, já que boa parte de seus produtos precisam pagar caro para entrar no mercado dos EUA.

A CSN acredita que a suspensão das sobretaxas reabre a possibilidade de discussões das tarifas antidumping, com o objetivo de viabilizar o fornecimento do aço produzido pela CSN no Brasil para a sua unidade nos EUA, a CSN LLC. Até outubro deste ano, as exportações da empresa para os EUA caíram 84%.

Segundo o IBS, os laminados planos a frio e as chapas galvanizadas, por não estarem submetidos a quaisquer outras restrições, serão os produtos que imediatamente voltarão a ser exportados. Num segundo momento, espera-se, devem ser retomadas as exportações de laminados planos a quente e chapas grossas - na medida em que as empresas consigam obter a revisão dos processos antidumping e a eliminação das respectivas sobretaxas.

Ainda de acordo com o IBS, melhoram também as perspectivas de crescimento das exportações de semi-acabados, segmento em que a siderurgia brasileira pode atuar de forma complementar e sinérgica com a indústria de aço dos EUA. Os semi-acabados respondem por quase 70% das exportações brasileiras para o mercado americano - em valores, isso significa 510 milhões de dólares por ano.

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