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Latinos preferem influência da China do que a dos EUA

Pesquisa aponta que a influência chinesa é preferida na América Latina, embora seja prioridade manter fortes laços com americanos

O presidente americano, Barack Obama: mesmo com grande impacto dos EUA, "a influência da China é vista de maneira mais positiva na maioria dos países", afirmou a pesquisa (Brendan Smialowski/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 14h52.

Washington - A crescente influência da China é preferida na América Latina, à frente da americana, embora manter fortes laços com o vizinho do norte continue sendo uma prioridade, segundo uma pesquisa do Pew Research Center publicada nesta quinta-feira em Washington.

"Embora os Estados Unidos geralmente sejam apontados como tendo maior impacto que a China, a influência da China é vista de maneira mais positiva na maioria dos países", afirmou a pesquisa, realizada com mais de 6.100 pessoas em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, El Salvador, México e Venezuela, como parte de um estudo global sobre a percepção das duas potências em quatro dezenas de países.

Na Venezuela, que recebeu investimentos e financiamentos chineses milionários, 57% dos pesquisados encara como positiva a influência de Pequim, e o número sobe a 71% se for consultada a influência na economia. Já o peso geral de Washington no país é bem visto por 29%, e por 46% em assuntos econômicos.

Na Bolívia (31%), na Argentina (27%) e no Chile (36%) também são em maior número os que veem com bons olhos o papel da China, enquanto os Estados Unidos encontram apoio no México (33%), em El Salvador (51%) e no Brasil (46%), ainda que por estreita margem em comparação com os asiáticos.

A vantagem dos americanos na região se dá no campo do "soft power", que compreende sua tecnologia, a maneira de fazer negócios e a cultura popular adotada por muitos latino-americanos, segundo o Pew Research Center, um centro de estudos com sede em Washington.

O presidente Barack Obama, que afirmou que a América Latina representa uma oportunidade para seu país, viajou em maio à Costa Rica e ao México e tentou relançar a relação com a região, grande esquecida de Washington na última década.


Mas a China não fica atrás, e o presidente Xi Jinping realizou no fim deste mês um giro por Trinidade e Tobago, Costa Rica e México, que apoia o aumento dos investimentos e o comércio chinês com a América Latina, que converteram o gigante asiático em um dos principais sócios da região.

Ainda assim, o estudo, realizado através de entrevistas por telefone e pessoalmente, constatou que são em maior número os que consideram que a influência americana na região segue prevalecendo.

No Brasil, que tentou construir sua própria liderança regional, 83% responderam que veem uma grande ou moderada influência americana na forma como o país se desenvolve, com resultados similares em El Salvador (76%), Chile (64%), Bolívia (55%), Argentina (53%) e México (74%).

A única exceção é a Venezuela, onde a mesma porcentagem (47%) acredita que China e Estados Unidos têm grande preponderância no país. Quando os venezuelanos foram perguntados sobre o papel na economia, 57% afirmaram que a influência da China é grande, contra 47%, que disseram o mesmo sobre os Estados Unidos.

E apesar das preferências pela China, são em maior número os cidadãos latino-americanos que "pensam que é mais importante ter fortes laços com os Estados Unidos (com 71% em El Salvador) ou manter uma boa relação com as duas potências", segundo o estudo.

Apenas na Venezuela, são em maior número os que acreditam que Pequim (38%) é um aliado mais importante que Washington (19%).

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Washington - A crescente influência da China é preferida na América Latina, à frente da americana, embora manter fortes laços com o vizinho do norte continue sendo uma prioridade, segundo uma pesquisa do Pew Research Center publicada nesta quinta-feira em Washington.

"Embora os Estados Unidos geralmente sejam apontados como tendo maior impacto que a China, a influência da China é vista de maneira mais positiva na maioria dos países", afirmou a pesquisa, realizada com mais de 6.100 pessoas em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, El Salvador, México e Venezuela, como parte de um estudo global sobre a percepção das duas potências em quatro dezenas de países.

Na Venezuela, que recebeu investimentos e financiamentos chineses milionários, 57% dos pesquisados encara como positiva a influência de Pequim, e o número sobe a 71% se for consultada a influência na economia. Já o peso geral de Washington no país é bem visto por 29%, e por 46% em assuntos econômicos.

Na Bolívia (31%), na Argentina (27%) e no Chile (36%) também são em maior número os que veem com bons olhos o papel da China, enquanto os Estados Unidos encontram apoio no México (33%), em El Salvador (51%) e no Brasil (46%), ainda que por estreita margem em comparação com os asiáticos.

A vantagem dos americanos na região se dá no campo do "soft power", que compreende sua tecnologia, a maneira de fazer negócios e a cultura popular adotada por muitos latino-americanos, segundo o Pew Research Center, um centro de estudos com sede em Washington.

O presidente Barack Obama, que afirmou que a América Latina representa uma oportunidade para seu país, viajou em maio à Costa Rica e ao México e tentou relançar a relação com a região, grande esquecida de Washington na última década.


Mas a China não fica atrás, e o presidente Xi Jinping realizou no fim deste mês um giro por Trinidade e Tobago, Costa Rica e México, que apoia o aumento dos investimentos e o comércio chinês com a América Latina, que converteram o gigante asiático em um dos principais sócios da região.

Ainda assim, o estudo, realizado através de entrevistas por telefone e pessoalmente, constatou que são em maior número os que consideram que a influência americana na região segue prevalecendo.

No Brasil, que tentou construir sua própria liderança regional, 83% responderam que veem uma grande ou moderada influência americana na forma como o país se desenvolve, com resultados similares em El Salvador (76%), Chile (64%), Bolívia (55%), Argentina (53%) e México (74%).

A única exceção é a Venezuela, onde a mesma porcentagem (47%) acredita que China e Estados Unidos têm grande preponderância no país. Quando os venezuelanos foram perguntados sobre o papel na economia, 57% afirmaram que a influência da China é grande, contra 47%, que disseram o mesmo sobre os Estados Unidos.

E apesar das preferências pela China, são em maior número os cidadãos latino-americanos que "pensam que é mais importante ter fortes laços com os Estados Unidos (com 71% em El Salvador) ou manter uma boa relação com as duas potências", segundo o estudo.

Apenas na Venezuela, são em maior número os que acreditam que Pequim (38%) é um aliado mais importante que Washington (19%).

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