Economia

Lagarde quer 'combinação' entre BCE e fundos para Zona Euro

"Eu me pergunto se não é necessário uma combinação entre os dois" sugeriu a diretora do FMI

Lagarde defendeu que o FMI crie linhas de crédito preventivo (Mario Tama/Getty Images)

Lagarde defendeu que o FMI crie linhas de crédito preventivo (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h13.

Washington - A diretora geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, sugeriu nesta sexta-feira "uma combinação" entre as intervenções do Banco Central Europeu e do Fundo Europeu de Estabilização Financeira para estabilizar os mercados da dívida pública na Zona Euro.

"Eu me pergunto se não é necessário uma combinação entre os dois, evidentemente, com o apoio dos países, com garantias e de maneira organizada", declarou Lagarde

Questionada sobre o fato de os bancos centrais serem explicitamente responsáveis pelos empréstimos em última instância aos Estados, Lagarde declarou: "o BCE de fato estava a caminho de fazer (isso), eu acredito nisso com certas dúvidas, sem muita certeza e nem previsibilidade, o que é problemático".

"Ele realiza, provavelmente, o papel de 'porta' para o FESF, enquanto não é capaz de fazê-lo", acrescentou.

O Fundo Europeu deve ter a capacidade de comprar a dívida dos países da Zona Euro, uma vez que os parlamentos nacionais dos 17 Estados da zona ratificaram uma reforma neste sentido, votado pelos chefes de Governo no dia 21 de julho.

Sem citar a Zona Euro em particular, Lagarde afirmou que o FMI vai refletir sobre a possibilidade de criar linhas de crédito preventivo aos grupos de países.

"Da maneira que o mundo evolui e que os laços se fortalecem, precisamos ser criativos quanto aos termos e condições, as obrigações ou não, e quanto à qualidade dos beneficiários" de tais linhas de crédito, explicou.

"Podemos considerar o fato de alguns grupos de países se tornarem beneficiários de certos instrumentos", afirmou.

O FMI criou em 2009 uma linha de crédito preventivo que permite que três países membros (México, Polônia e Colômbia) tenham acesso ao dinheiro no momento em que desejarem, com a condição de manter uma política considerada saudável. Até o momento eles não utilizaram este crédito.

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