Economia

Lagarde pede que países impulsionem inovação, educação e comércio

A diretora-geral do FMI afirmou que a medida serviria como fórmula para aumentar a produtividade da economia global

Christine Lagarde: a diretora-geral propôs aos Executivos de todo o mundo que preparem "melhor" sua população (Francois Lenoir/Reuters)

Christine Lagarde: a diretora-geral propôs aos Executivos de todo o mundo que preparem "melhor" sua população (Francois Lenoir/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de abril de 2017 às 11h40.

Bruxelas - A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, pediu nesta quarta-feira aos governos que invistam em inovação e educação, bem como fomentem o comércio e a cooperação internacional como fórmula para aumentar a produtividade da economia global.

"O que os governos podem fazer para incrementar a produtividade? Deveriam começar impulsionando a inovação. Isto significa investir mais em educação e infra-estruturas, para também proporcionar incentivos fiscais para a pesquisa e o desenvolvimento", disse a ex-ministra de Economia francesa durante um ato organizado pelo centro de estudos Bruegel em Bruxelas.

Lagarde também disse que, segundo a análise do FMI, se as economias avançadas incrementassem a pesquisa e o desenvolvimento privado em 40% de média, "poderiam aumentar seu PIB em 5% a longo prazo".

A política francesa assegurou que a falta de habilidades para manejar as novas tecnologias constitui "o principal fator" da redução "relativa" dos investimentos nas classes baixas e médias durante os últimos anos.

Portanto, propôs aos Executivos de todo o mundo que preparem "melhor" sua população para se beneficiar dos avanços tecnológicos e destacou a importância da formação contínua durante toda a vida.

Assim, usou como exemplo Cingapura, onde os trabalhadores têm a possibilidade de receber bolsas de estudos em qualquer momento de sua trajetória trabalhista para melhorar suas capacidades.

"E do mesmo modo que necessitamos inovação, também necessitamos de mais comércio. Por quê? Porque o comércio conduz ao compartilhamento de inovação e anima as empresas a investirem em novas tecnologias e práticas de negócio mais eficazes", acrescentou.

Nesse sentido, destacou que um crescimento econômico "mais duradouro, sustentável e inclusivo" surge de políticas domésticas sólidas e uma maior cooperação internacional e, portanto, advertiu sobre as consequências negativas do protecionismo para a economia global.

"Restringir o comércio seria algo que interromperia a cadeia de fornecimento, danificaria a produção mundial e provocaria a inflação de preços nos materiais de produção e nos bens de consumo", explicou Lagarde, convencida de que os lares com investimentos mais baixos "seriam os mais afetados" pela limitação do comércio.

Lagarde assegurou que o comércio e a produtividade melhoraram os níveis de vida da população mundial, porém admitiu que tanta a tecnologia como o comércio também geraram perdas de emprego e "desafios sociais em comunidades e regiões esquecidas pelas mudanças estruturais".

Além disso, a ex-ministra francesa destacou o progressivo envelhecimento das sociedades, os danos meio ambientais e as elevadas dívidas públicas como fatores que podem danificar o crescimento econômico.

"Hoje, a dívida pública média nas economias avançadas se situa em 108% do PIB, um pico desde a Segunda Guerra Mundial. Portanto, necessitamos de marcos sólidos de políticas fiscais e maiores esforços para devolver a dívida pública a níveis seguros, sobretudo, em sociedades que envelhecem", declarou Lagarde.

Sobre a União Europeia, pediu a conclusão da construção do projeto comunitário, da zona do Euro e do trabalho de "higiene" nos bancos do sul do Velho Continente.

Quanto à Grécia, pediu a aplicação de reformas estipuladas sobre as pensões e o imposto sobre a renda, e mostrou disposição a debater uma reestruturação da dívida helena no futuro.

A diretora gerente do FMI também pediu combate à lavagem de dinheiro, à evasão fiscal, à corrupção e ao financiamento do terrorismo.

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