Economia

Kuroda pede abordagem flexível a controles de capital

Para presidente do BC japonês, autoridades devem permitir que alguns emergentes estabeleçam controles de capital para mitigar o impacto de crises financeiras

Haruhiko Kuroda: autoridades globais devem, portanto, trabalhar para construir um novo sistema financeiro com controles de capital, regulação financeira e supervisão, disse (Yuya Shino/Reuters)

Haruhiko Kuroda: autoridades globais devem, portanto, trabalhar para construir um novo sistema financeiro com controles de capital, regulação financeira e supervisão, disse (Yuya Shino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2013 às 09h23.

Tóquio - As autoridades globais devem permitir que alguns países emergentes estabeleçam controles de capital para mitigar o impacto de crises financeiras, como aquelas iniciadas recentemente por economias avançadas, afirmou nesta quarta-feira o presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda.

Ao contrário de crises cambiais passadas envolvendo economias emergentes, o epicentro da recente turbulência está nos Estados Unidos e na zona do euro, que então a transmitiram para muitos países emergentes, disse Kuroda em fórum anual de autoridades de bancos centrais e acadêmicos sediado pelo BC.

"Uma das causas de tal transmissão internacional da crise é a globalização financeira e o aumento dos fluxos brutos de capital, levando a uma maior atenção sobre controles de capital prudenciais", afirmou Kuroda, ex-presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento.

Autoridades globais devem, portanto, trabalhar para construir um novo sistema financeiro com controles de capital, regulação financeira e supervisão, disse ele ao fórum, que discutiu as lições deixadas pela crise financeira global.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem enfatizado há bastante tempo os benefícios de um mercado de capital de fluxo livre e desaprova o estabelecimento de controles de capital.

No entanto, com a crise decorrente do colapso do Lehman Brothers e dos problemas de dívida da zona do euro, o FMI reconheceu a necessidade de algumas nações emergentes estabelecerem controles de capital para mitigar o impacto negativo sobre suas economias.

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