Economia

Juros têm alta diante de avanço do dólar

As apostas em uma alta mais intensa da Selic na próxima semana, de 0,50 ponto porcentual, ganharam ainda mais corpo nesta sexta-feira


	Dólar: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (500.475 contratos) marcava 7,56%, de 7,53% no ajuste anterior.
 (Mark Wilson/Getty Images)

Dólar: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (500.475 contratos) marcava 7,56%, de 7,53% no ajuste anterior. (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O dólar em alta diante do real e o crescimento acima do esperado das encomendas de bens duráveis nos EUA ajudaram a garantir mais um dia de avanço para as taxas futuras de juros nesta sexta-feira, 24. Enquanto a valorização da moeda norte-americana contribui para piorar ainda mais o cenário de inflação, indicadores melhores nos EUA reforçam a percepção de que o Federal Reserve pode reduzir os estímulos à economia em breve.

Com isso, as apostas em uma alta mais intensa da Selic na próxima semana, de 0,50 ponto porcentual, ganharam ainda mais corpo nesta sexta-feira.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (500.475 contratos) marcava 7,56%, de 7,53% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (341.370 contratos) apontava 8,15%, de 8,11% ontem. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (211.620 contratos) indicava 8,60%, de 8,55% na véspera. Entre os longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (145.740 contratos) marcava 9,35%, ante 9,30% ontem, e o DI para janeiro de 2021 (6.440 contratos) estava em 9,99%, de 9,98% no ajuste anterior.

"Os recentes discursos da autoridade monetária levaram os investidores a enxergar a possibilidade de um aperto mais firme. Mas, junto a isso, o dólar elevado também é fator adicional de pressão sobre a inflação, reforçando as chances de a Selic subir 0,50 ponto porcentual", afirmou um operador. Hoje, o dólar à vista no mercado de balcão fechou com avanço de 0,20%, a R$ 2,0500.


As encomendas de bens duráveis norte-americanas aumentaram 3,3% em abril, bem acima da expectativa de alta de 1,3%. Como o dado é um importante indicador antecedente de atividade, pode ganhar ainda mais peso na decisão do Fed sobre os estímulos à economia dos EUA. O pessimismo, no entanto, prevaleceu nos mercados de risco, mais uma vez devido a desconfianças com a atividade da China.

No Brasil, os poucos indicadores tiveram efeito praticamente neutro sobre os mercados. O estoque de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,1% em abril ante março, para R$ 2,452 trilhões, de acordo com o Banco Central. O juro médio no crédito livre subiu de 26,1% ao ano em março para 26,3% ao ano em abril. Já a inadimplência média permaneceu em 5,5% no mês passado.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou, pela manhã, que a confiança do consumidor caiu 0,4% em maio, após ficar estável em abril (0,0%). A interpretação da própria FGV é de que o quadro é de estabilidade, mas também de insegurança, principalmente, em relação ao mercado de trabalho, juros e inflação. Em maio, os consumidores demonstraram estar mais otimistas com a situação financeira da família do que no mês anterior, porém, estão mais preocupados com o futuro.

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