Juros e dólar elevam dívida do governo em R$ 19 bilhões
A dívida pública mobiliária (em títulos) interna subiu 0,89%, passando de R$ 1,76 trilhão para R$ 1,775 trilhão
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2012 às 15h54.
Brasília – A incorporação de juros e a alta do dólar fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) aumentar quase R$ 20 bilhões em março. De acordo com números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a DPF encerrou o mês passado em R$ 1,855 trilhão, alta de 1,08% em relação ao montante de R$ 1,836 trilhão registrado em março.
A dívida pública mobiliária (em títulos) interna subiu 0,89%, passando de R$ 1,76 trilhão para R$ 1,775 trilhão. Isso ocorreu porque o Tesouro incorporou R$ 17,01 bilhões em taxas de juros, apesar de ter resgatado R$ 1,29 bilhão em títulos a mais do que emitiu.
O reconhecimento de juros ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores (que emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a dívida) é incorporada gradualmente ao valor devido. No caso de um investidor que comprou um título por R$ 100 com correção de 12% ao ano, ele receberá R$ 964 ao final de 20 anos. Essa diferença é incorporada mês a mês ao total da dívida pública.
A DPF também foi impulsionada por causa da alta do dólar no mês passado. De acordo com o Tesouro, a subida de 6,61% da moeda norte-americana em março fez a dívida pública externa aumentar 5,51%, encerrando março em R$ 80,03 bilhões, contra R$ 75,85 bilhões no mês anterior.
A participação de títulos prefixados – com juros definidos antecipadamente – na dívida interna subiu de 37,73% em fevereiro para 38,81% em março, a maior fatia registrada desde o início da série histórica, em 1997. Em compensação, a fatia dos títulos vinculados à taxa Selic (taxa de juros básicos da economia) caiu de 29,21% para 27,84%.
A participação dos títulos corrigidos pela inflação também aumentou, passando de 32,69% para 33,11%. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio caiu de 0,37% para 0,24%. Esses números levam em consideração as operações de swap do Banco Central (BC), que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e que têm impacto na dívida pública.
Com taxas definidas com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima em ciclos de alta dos juros básicos.
O prazo médio da DPF se manteve nos 3,83 anos registrados mês passado. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses, no entanto, aumentou de 22,7% para 24,23%. Prazos mais longos são favoráveis para o Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de renegociação (rolagem) da dívida pública.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestados recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
Brasília – A incorporação de juros e a alta do dólar fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) aumentar quase R$ 20 bilhões em março. De acordo com números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a DPF encerrou o mês passado em R$ 1,855 trilhão, alta de 1,08% em relação ao montante de R$ 1,836 trilhão registrado em março.
A dívida pública mobiliária (em títulos) interna subiu 0,89%, passando de R$ 1,76 trilhão para R$ 1,775 trilhão. Isso ocorreu porque o Tesouro incorporou R$ 17,01 bilhões em taxas de juros, apesar de ter resgatado R$ 1,29 bilhão em títulos a mais do que emitiu.
O reconhecimento de juros ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores (que emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a dívida) é incorporada gradualmente ao valor devido. No caso de um investidor que comprou um título por R$ 100 com correção de 12% ao ano, ele receberá R$ 964 ao final de 20 anos. Essa diferença é incorporada mês a mês ao total da dívida pública.
A DPF também foi impulsionada por causa da alta do dólar no mês passado. De acordo com o Tesouro, a subida de 6,61% da moeda norte-americana em março fez a dívida pública externa aumentar 5,51%, encerrando março em R$ 80,03 bilhões, contra R$ 75,85 bilhões no mês anterior.
A participação de títulos prefixados – com juros definidos antecipadamente – na dívida interna subiu de 37,73% em fevereiro para 38,81% em março, a maior fatia registrada desde o início da série histórica, em 1997. Em compensação, a fatia dos títulos vinculados à taxa Selic (taxa de juros básicos da economia) caiu de 29,21% para 27,84%.
A participação dos títulos corrigidos pela inflação também aumentou, passando de 32,69% para 33,11%. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio caiu de 0,37% para 0,24%. Esses números levam em consideração as operações de swap do Banco Central (BC), que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e que têm impacto na dívida pública.
Com taxas definidas com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima em ciclos de alta dos juros básicos.
O prazo médio da DPF se manteve nos 3,83 anos registrados mês passado. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses, no entanto, aumentou de 22,7% para 24,23%. Prazos mais longos são favoráveis para o Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de renegociação (rolagem) da dívida pública.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestados recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.