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Juros curtos derretem após Copom indicar ajuste gradual

Tal comportamento, em meio a um volume muito expressivo de negócios, faz parte do ajuste do mercado à elevação de 0,25 ponto porcentual da Selic

"Os juros indicavam grande possibilidade de três altas consecutivas de 0,50 pp. Agora, espera-se um ciclo de cerca de 1 pp, sempre de 0,25 pp em 0,25 pp", afirmou operador (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2013 às 17h11.

São Paulo - Um movimento técnico de zeragem de posições fez as taxas futuras de curto prazo derreterem nesta quinta-feira, 18, na BM&FBovespa.

Tal comportamento, em meio a um volume muito expressivo de negócios, faz parte do ajuste do mercado à elevação de 0,25 ponto porcentual da Selic, para 7,50% ao ano, decidida na véspera pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Como a maioria dos investidores estava posicionada para uma alta de 0,50 pp, com a possibilidade de mais duas altas de igual intensidade nas próximas reuniões, houve um rearranjo das apostas, que agora mostram que a estratégia monetária deve ser gradualista, com chances de mais três altas de 0,25 pp da Selic nos encontros seguintes do Copom.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 marcava 7,39%, de 7,63% no ajuste. O DI com vencimento em janeiro de 2014 apontava 7,84%, de 8,23% na véspera e mínima de 7,82%.

O juro com vencimento em janeiro de 2015 indicava 8,30%, de 8,63% antes. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 marcava mínima de 9,00%, ante 9,18% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 estava em 9,60%, ante 9,65% no ajuste.

"Trata-se de um movimento normal e esperado de ajuste. Quem estava posicionado para uma elevação de 0,50 pp da Selic entrou em processo de 'stop loss', o que inflou o volume de negócios e provocou queda firme das taxas", explicou um operador.

"Os juros indicavam grande possibilidade de três altas consecutivas de 0,50 pp. Agora, espera-se um ciclo de cerca de 1 pp, sempre de 0,25 pp em 0,25 pp", afirmou, salientando que essa mudança provocou a inclinação da curva de juros, com queda menos intensa das taxas longas.


Em uma decisão dividida, com dois diretores do BC votando pela manutenção da Selic em 7,25%, o Copom voltou a adotar a palavra "cautela" em seu comunicado, o que fez investidores e economistas a trabalharem com a ideia de gradualismo na política monetária.

Segundo o economista-chefe do banco Brasil Plural e ex-diretor de Política Econômica do BC, Mario Mesquita, "o Comitê deve estar confiante de que um aperto muito modesto, combinado com uma continuidade nos cortes de impostos e, talvez, a ajuda de um cenário desinflacionário vindo do exterior serão suficientes para controlar as expectativas", afirmou, em relatório a clientes.

Diante dos ajustes necessários ao novo cenário, os indicadores domésticos e a piora do ambiente externo foram deixados de lado. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de abril ficou em 0,28%, ante 0,24% em igual prévia de março.

A taxa ficou praticamente em linha com a mediana das expectativas, de 0,27%. Também nesta quinta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) em março se manteve em 70%, no mesmo patamar verificado nos dois meses anteriores.

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São Paulo - Um movimento técnico de zeragem de posições fez as taxas futuras de curto prazo derreterem nesta quinta-feira, 18, na BM&FBovespa.

Tal comportamento, em meio a um volume muito expressivo de negócios, faz parte do ajuste do mercado à elevação de 0,25 ponto porcentual da Selic, para 7,50% ao ano, decidida na véspera pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Como a maioria dos investidores estava posicionada para uma alta de 0,50 pp, com a possibilidade de mais duas altas de igual intensidade nas próximas reuniões, houve um rearranjo das apostas, que agora mostram que a estratégia monetária deve ser gradualista, com chances de mais três altas de 0,25 pp da Selic nos encontros seguintes do Copom.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 marcava 7,39%, de 7,63% no ajuste. O DI com vencimento em janeiro de 2014 apontava 7,84%, de 8,23% na véspera e mínima de 7,82%.

O juro com vencimento em janeiro de 2015 indicava 8,30%, de 8,63% antes. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 marcava mínima de 9,00%, ante 9,18% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 estava em 9,60%, ante 9,65% no ajuste.

"Trata-se de um movimento normal e esperado de ajuste. Quem estava posicionado para uma elevação de 0,50 pp da Selic entrou em processo de 'stop loss', o que inflou o volume de negócios e provocou queda firme das taxas", explicou um operador.

"Os juros indicavam grande possibilidade de três altas consecutivas de 0,50 pp. Agora, espera-se um ciclo de cerca de 1 pp, sempre de 0,25 pp em 0,25 pp", afirmou, salientando que essa mudança provocou a inclinação da curva de juros, com queda menos intensa das taxas longas.


Em uma decisão dividida, com dois diretores do BC votando pela manutenção da Selic em 7,25%, o Copom voltou a adotar a palavra "cautela" em seu comunicado, o que fez investidores e economistas a trabalharem com a ideia de gradualismo na política monetária.

Segundo o economista-chefe do banco Brasil Plural e ex-diretor de Política Econômica do BC, Mario Mesquita, "o Comitê deve estar confiante de que um aperto muito modesto, combinado com uma continuidade nos cortes de impostos e, talvez, a ajuda de um cenário desinflacionário vindo do exterior serão suficientes para controlar as expectativas", afirmou, em relatório a clientes.

Diante dos ajustes necessários ao novo cenário, os indicadores domésticos e a piora do ambiente externo foram deixados de lado. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de abril ficou em 0,28%, ante 0,24% em igual prévia de março.

A taxa ficou praticamente em linha com a mediana das expectativas, de 0,27%. Também nesta quinta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) em março se manteve em 70%, no mesmo patamar verificado nos dois meses anteriores.

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