Bovespa: ao fim das negociações, a taxa do juro para janeiro de 2014 era de 7,10%, ante 7,11% no ajuste (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 17h37.
São Paulo - De olho em uma nova piora das expectativas de atividade, os investidores em juros voltaram a impor viés de queda às taxas futuras nesta segunda-feira. No boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, os analistas voltaram a reduzir as perspectivas de crescimento, ao mesmo tempo em que elevaram as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013.
Mas na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) faz sua primeira reunião do ano, quase ninguém acredita numa mudança na Selic ou na comunicação que vinha sendo usada pelo Banco Central.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2014 (86.615 contratos) projetava taxa de 7,10%, de 7,11% na sexta-feira. O juro para janeiro de 2015 (113.305 contratos) indicava 7,69%, de 7,73% no ajuste anterior. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (33.950 contratos) tinha taxa de 8,47%, ante 8,51%, e o contrato para janeiro de 2021 (6.695 contratos) marcava 9,18%, ante 9,20% no ajuste.
"O mercado está mesmo dando mais atenção para o nível de atividade, o que favorece a queda das taxas, pois avalia que essa é a prioridade do governo", afirmou um operador.
A pesquisa semanal Focus mostrou que as projeções de expansão do PIB foram revisadas em baixa de 3,26% para 3,20% neste ano e de 3,75% para 3,60% no ano que vem. Pelo lado da inflação, a projeção para o IPCA em 2013 subiu de 5,49% para 5,53%. Para 2014, foi mantida em 5,50%. A mediana das estimativas para o IPCA em janeiro, por sua vez, avançou de 0,75% para 0,78%, acima do 0,69% previsto há um mês.
Ainda pelo lado da atividade, pesquisa mensal da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sinaliza que as perspectivas de crescimento no Brasil estão mais fracas que na maioria das principais economias mundiais, inclusive aquelas que estão no centro da crise financeira. Já no que diz respeito à inflação, as esperadas altas das tarifas dos transportes públicos devem se confirmar. Nesta segunda-feira, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que a prefeitura deve aumentar a tarifa de ônibus (atualmente em R$ 3,00) possivelmente no primeiro semestre do ano.
Independentemente de tais pressões, a visão do mercado é de que o BC irá aguardar mais informações sobre atividade e preços antes de sinalizar qualquer alteração na política monetária. Para este encontro desta semana, levantamento do AE Projeções com 80 instituições indica que 78 projetam manutenção da Selic em 7,25%. Vale lembrar que o encontro seguinte do Copom está marcado para os dias 5 e 6 de março. Até lá, o BC já terá em mãos o PIB do quarto trimestre de 2012, bem como dados sobre o comportamento da inflação neste início de ano.
No exterior, os mercados mostram cautela enquanto aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, com início previsto para as 19 horas (de Brasília). No meio da tarde, sem efeito sobre os negócios, o presidente americano, Barack Obama, pressionou o Congresso a agir rapidamente para elevar o teto da dívida, afirmando que ão aumentar o limite de endividamento é "absurdo" e pode deixar os mercados financeiros "histéricos".