Economia

Junho terá cenário mais claro para BCE tornar política menos restritiva, diz dirigente

Makhlouf defende que processo de desinflação abre espaço para uma mudança na política monetária nos países da UE

Sede do BCE, em Berlin, na Alemanha (Ralph Orlowski/Reuters)

Sede do BCE, em Berlin, na Alemanha (Ralph Orlowski/Reuters)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de março de 2024 às 14h39.

Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Irlanda, Gabriel Makhlouf acredita que o cenário econômico será "suficientemente claro" em junho, com informações especialmente sobre dinâmicas salariais, para que o banco central "tenha confiança em tornar a política monetária menos restritiva".

Em nota, Makhlouf argumenta que o processo contínuo de desinflação gera espaço para uma mudança na política monetária e afirma que está aberto sobre quando o início dos cortes deve acontecer, embora defenda junho como o mês ideal.

No entanto, o dirigente alerta que a postura dependente de dados também significa "manter a mente aberta sobre a trajetória dos juros em geral", incluindo sobre a necessidade de mantê-los restritivos por mais tempo. Entre os riscos, Makhlouf destaca possível repique da inflação graças a choques econômicos ou a forte avanço salarial, o que poderia interromper o retorno dos preços à meta de 2% no médio prazo.

"A história da política monetária nos mostra que decisões apressadas tendem a ser ruins. Paciência é uma virtude", escreveu o dirigente, acrescentando que o BCE precisa equilibrar as incertezas e decidir com base nas evidências apresentadas.

De acordo com Makhlouf, o banco central monitorará de perto em futuras decisões monetárias: a inflação doméstica elevada, pressionada pelos preços de serviços e avanço salarial; e os riscos de baixa para o crescimento econômico da zona do euro.

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