Economia

Japão e UE assinam pacto de livre comércio em meio a guerra comercial

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que o Japão e UE apoiam o livre comércio, apesar do protecionismo americano

O acordo comercial entre Japão e UE é um sinal de mudança nos laços globais conforme os EUA se distanciam de aliados de longa data como a UE, a Otan e o Canadá (Koji Sasahara/Reuters)

O acordo comercial entre Japão e UE é um sinal de mudança nos laços globais conforme os EUA se distanciam de aliados de longa data como a UE, a Otan e o Canadá (Koji Sasahara/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de julho de 2018 às 09h54.

Tóquio - O Japão e a União Europeia assinaram um acordo de livre comércio abrangente nesta terça-feira que ambos os lados esperam que vá agir como um contraponto às forças protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ambicioso pacto comercial, que cria a maior área econômica aberta do mundo, foi fechado em meio a temores de que uma guerra comercial entre os EUA e a China diminua o papel do livre comércio na ordem econômica mundial.

"Há crescentes preocupações sobre o protecionismo, mas quero que o Japão e a UE liderem o mundo carregando a bandeira do livre comércio", disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em entrevista à imprensa após a cerimônia de assinatura.

Neste mês, os EUA adotaram tarifas de 25 por cento sobre 34 bilhões de dólares em produtos chineses para reduzir o déficit comercial norte-americano e a China rapidamente retaliou com um aumento nas tarifas sobre os produtos dos EUA.

O acordo comercial entre Japão e UE é também um sinal de mudança nos laços globais conforme Trump distancia os EUA de aliados de longa data como a UE, a Otan e o Canadá.

"Estamos enviando uma mensagem clara de que somos contra o protecionismo. A UE e o Japão permanecem abertos à cooperação", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que fala pelos 28 líderes nacionais da UE.

O acordo remove tarifas de 10 por cento da UE sobre carros japoneses e de 3 por cento sobre a maioria das autopeças. Também retira taxas japonesas de cerca de 30 por cento ou mais sobre queijo e de 15 por cento sobre vinhos da UE, e garante acesso a grandes licitações públicas no Japão.

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