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Itaú revê projeções para superávit primário e IPCA

Equipe do banco manteve a expectativa de taxa Selic estável, mas agora prevê um viés de alta no próximo ano caso a tendência de depreciação cambial continue

Itaú Unibanco: banco cortou projeção de superávit primário de 1,1% para 0,9% do PIB (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 15h34.

São Paulo - O Itaú Unibanco revisou para baixo a projeção de superávit primário neste ano e ajustou para cima a estimativa para a inflação , após incorporar no cenário projetado dados divulgados recentemente.

A equipe do banco ainda manteve a expectativa de taxa Selic estável, mas agora prevê um viés de alta no próximo ano caso a tendência de depreciação cambial continue.

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Em relatório de revisão de cenário, o Itaú Unibanco cortou a projeção de superávit primário de 1,1% para 0,9% do Produto Interno Bruto ( PIB ).

Para o superávit primário recorrente, que desconsidera efeitos extraordinários, a estimativa passou de 0,4% para 0,3% do PIB.

"As revisões são baseadas nos dados divulgados de agosto e na expectativa de um menor volume de receitas atípicas nos próximos meses", justificou o Itaú Unibanco, em relatório assinado pelo economista-chefe, Ilan Goldfajn.

O relatório lembrou que em agosto o resultado primário seguiu em queda, com um déficit de R$ 14,5 bilhões do setor público naquele mês, apesar de contar com receitas do Refis e do recolhimento de dividendos de bancos estatais.

Pelas contas da instituição, o resultado primário recorrente em 12 meses está negativo em 0,1%, algo que acontece pela primeira vez desde o início da série, em 2002.

No entanto, os economistas projetaram que nestes últimos meses do ano haverá uma desaceleração das despesas discricionárias e alguma recuperação da arrecadação tributária, o que ajudará a conduzir o resultado para o terreno positivo novamente.

Eles também lembraram que o superávit primário recorrente em 12 meses terá um efeito base positivo nestes últimos meses de 2014, uma vez que em setembro a dezembro de 2013 o resultado primário recorrente foi negativo em R$ 7 bilhões.

Já a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,3% para 6,4% neste ano, aproximando-se do teto da meta do governo, de 6,5%.

Os economistas do Itaú Unibanco justificaram esse ajuste pela expectativa de uma inflação mais acelerada em setembro do que o previsto anteriormente (de 0,37% para 0,47%) após a divulgação do IPCA-15.

A equipe do Itaú Unibanco segue com a projeção de reajuste da gasolina ao redor de 5% na bomba ainda neste ano, e para 2015 a projeção para o IPCA foi mantida em 6,4%.

O Itaú Unibanco ainda manteve a visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa Selic estável em 11% neste ano, mas alertou que há um risco de alta em 2015 "se a tendência atual de depreciação cambial continuar".

A instituição prevê o dólar a R$ 2,40 neste ano e a R$ 2,50 em 2015. Quanto à balança comercial, a estimativa é de um superávit de US$ 2,5 bilhões neste ano e de US$ 7,2 bilhões no próximo ano.

Até então, a expectativa para o próximo ano era de superávit de US$ 10,3 bilhões. Essa revisão se deu pela avaliação de que no próximo ano os preços das commodities exportadas pelo Brasil serão mais baixos, como da soja e do minério de ferro.

A projeção de crescimento do PIB foi mantida em 0,1% para este ano.

"Os dados recentes apontam para uma gradual recuperação da atividade, porém, com a herança estatística ainda negativa para diversos indicadores, projetamos um PIB estagnado no terceiro trimestre. Para o quarto trimestre, esperamos que uma herança estatística mais favorável e uma eventual diminuição da incerteza do cenário doméstico contribuirão para um crescimento moderado de 0,5%."

Para o próximo ano a expectativa é de um crescimento moderado, de 1,3%.

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