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Itália inicia semana decisiva para a reforma trabalhista

Mario Monti terá de convencer os agentes sociais a aceitar vários pontos para que o país chegue a um acordo

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti: com a reforma, a Itália quer fazer frente à falta de emprego, o problema central no país (Tiziana Fabi/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 13h37.

Milão - A Itália inicia nesta segunda-feira uma semana decisiva para a reforma do mercado de trabalho, uma das prioridades do governo de Mario Monti, que terá de convencer os agentes sociais a aceitar vários pontos para que o país chegue a um acordo.

Monti convocou os sindicatos e a patronal para uma reunião na terça-feira às 14H30 GMT (11H30 de Brasília) no Palácio Chigi, a sede do governo em Roma, para tentar fechar a negociação antes do final de semana. "Cada um deve ceder algo. Nosso dever é que prevaleça o interesse geral", disse neste fim de semana.

Em sua chegada ao poder em meados de novembro, o ex-comissário europeu anunciou seu desejo de reformar profundamente o mercado de trabalho, espelhando-se no modelo dinamarquês da "flexisegurança", que gera maior segurança financeira mas sem prejudicar o mercado.

Na Itália, a taxa de desemprego é inferior à média da zona do euro (9,2% contra 10,7% em janeiro), mas a taxa de emprego é, em contrapartida, uma das mais baixas da Europa (56,9% em 2010) devido à amplitude do trabalho informal e do baixo nível do emprego das mulheres.

Com esta reforma, o governo pretende alterar as demissões mediante uma reforma de artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores, que seguirá protegendo os empregados vítimas de demissões arbitrárias.

A Itália também quer fazer frente à falta de emprego, o problema central no país, que afeta particularmente os jovens e as mulheres, apostando na aprendizagem para ajudar os jovens a encontrar emprego.

O governo também quer reformar o seguro desemprego para criar um sistema "universal" para todos os assalariados.

O chefe do governo e sua ministra do Trabalho, Elsa Fornero, mostraram sua confiança em que se chegue a um acordo. "A patronal se lamenta, o sindicato se lamenta. Isso demonstra que não trabalhamos apenas a favor de um deles e sim para o país e para o futuro", disse Fornero.

Vários pontos espinhosos continuam sem resolução.

"Estamos longe de um acordo", disse Susanna Camusso, a número um do CGIL, o maior sindicato italiano (esquerda), que é contra as propostas adiantadas pelo governo sobre o artigo 18, que defende com unhas e dentes desde o início da negociação.

A "patroa dos patrões", Emma Marcegaglia, pediu que o governo seja ambicioso quanto às demissões, já que uma reforma pequena geraria uma reação negativa "nos mercados" e mostrou sua preocupação com uma eventual alta das cotações para os salários precários.

"Isso pode reduzir o nível de emprego mais que aumentá-lo", disse Emma, enquanto que os representantes dos artesãos e comerciantes têm denunciado um custo insustentável e ameaçaram não aplicar os convênios coletivos.

Inicialmente, Monti não havia excluído a possibilidade de apresentar sua reforma ao Parlamento, inclusive sem aprovação dos agentes sociais, e um não em particular do CGIL lhe complicaria a tarefa, já que seria mais difícil contar com o apoio do Partido Democrata, a principal força de esquerda.

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Milão - A Itália inicia nesta segunda-feira uma semana decisiva para a reforma do mercado de trabalho, uma das prioridades do governo de Mario Monti, que terá de convencer os agentes sociais a aceitar vários pontos para que o país chegue a um acordo.

Monti convocou os sindicatos e a patronal para uma reunião na terça-feira às 14H30 GMT (11H30 de Brasília) no Palácio Chigi, a sede do governo em Roma, para tentar fechar a negociação antes do final de semana. "Cada um deve ceder algo. Nosso dever é que prevaleça o interesse geral", disse neste fim de semana.

Em sua chegada ao poder em meados de novembro, o ex-comissário europeu anunciou seu desejo de reformar profundamente o mercado de trabalho, espelhando-se no modelo dinamarquês da "flexisegurança", que gera maior segurança financeira mas sem prejudicar o mercado.

Na Itália, a taxa de desemprego é inferior à média da zona do euro (9,2% contra 10,7% em janeiro), mas a taxa de emprego é, em contrapartida, uma das mais baixas da Europa (56,9% em 2010) devido à amplitude do trabalho informal e do baixo nível do emprego das mulheres.

Com esta reforma, o governo pretende alterar as demissões mediante uma reforma de artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores, que seguirá protegendo os empregados vítimas de demissões arbitrárias.

A Itália também quer fazer frente à falta de emprego, o problema central no país, que afeta particularmente os jovens e as mulheres, apostando na aprendizagem para ajudar os jovens a encontrar emprego.

O governo também quer reformar o seguro desemprego para criar um sistema "universal" para todos os assalariados.

O chefe do governo e sua ministra do Trabalho, Elsa Fornero, mostraram sua confiança em que se chegue a um acordo. "A patronal se lamenta, o sindicato se lamenta. Isso demonstra que não trabalhamos apenas a favor de um deles e sim para o país e para o futuro", disse Fornero.

Vários pontos espinhosos continuam sem resolução.

"Estamos longe de um acordo", disse Susanna Camusso, a número um do CGIL, o maior sindicato italiano (esquerda), que é contra as propostas adiantadas pelo governo sobre o artigo 18, que defende com unhas e dentes desde o início da negociação.

A "patroa dos patrões", Emma Marcegaglia, pediu que o governo seja ambicioso quanto às demissões, já que uma reforma pequena geraria uma reação negativa "nos mercados" e mostrou sua preocupação com uma eventual alta das cotações para os salários precários.

"Isso pode reduzir o nível de emprego mais que aumentá-lo", disse Emma, enquanto que os representantes dos artesãos e comerciantes têm denunciado um custo insustentável e ameaçaram não aplicar os convênios coletivos.

Inicialmente, Monti não havia excluído a possibilidade de apresentar sua reforma ao Parlamento, inclusive sem aprovação dos agentes sociais, e um não em particular do CGIL lhe complicaria a tarefa, já que seria mais difícil contar com o apoio do Partido Democrata, a principal força de esquerda.

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