Economia

Itália deve aprovar Orçamento nesta terça, apesar das críticas da UE

O novo Orçamento eleva a meta para o déficit do próximo ano a 2,4% do PIB

Itália: o Orçamento, que é 1,8% do PIB neste ano, aumentou consideravelmente e chegou próximo a meta de 3% estipulada pela UE (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)

Itália: o Orçamento, que é 1,8% do PIB neste ano, aumentou consideravelmente e chegou próximo a meta de 3% estipulada pela UE (Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 15 de outubro de 2018 às 11h07.

Roma - O governo italiano deve se reunir nesta segunda-feira, mas a aprovação do Orçamento de 2019, que prevê um salto no déficit que tem perturbado os mercados financeiros e atraído críticas da Comissão Europeia e outros organismos internacionais, deve ficar para terça-feira.

O governo, apoiado pela Liga (de direita) e pelo Movimento 5 Estrelas, já publicou a estrutura financeira para o Orçamento, elevando a meta para o déficit do próximo ano a 2,4 por cento do Produto Interno Bruto.

Isso está confortavelmente abaixo do teto de 3 por cento da União Europeia, mas subiu acentuadamente em relação ao Orçamento ao 1,8 por cento deste ano, desrespeitando as regras da UE que apela a países altamente endividados como a Itália para reduzir o déficit de forma constante.

A reação da Comissão Europeia foi dura, e os comissários da UE ameaçaram rejeitar o pacote antes mesmo de formalmente recebê-lo, o que desencadeou uma guerra de palavras com os partidos no poder em Roma.

Com muitos aspectos das medidas orçamentárias ainda a serem definidos, ministros-chave devem se reunir nesta segunda-feira, antes da reunião com o gabinete completo, programada para o final do dia.

A Comissão Europeia diz que o Orçamento aumentará a dívida pública da Itália, que já representa 131 por cento do PIB, proporcionalmente a mais alta da zona do euro depois da Grécia, rejeitando o argumento do governo italiano de que o pacote expansionista pode reduzir a dívida ao impulsionar o crescimento econômico.

A Itália deve enviar seu planejamento fiscal -um documento separado da lei orçamentária- a Bruxelas nesta segunda-feira, e a Comissão pode rejeitá-la e pedir mudanças, dando início a um possível processo de negociações.

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