Economia

Irã pede empréstimo de US$ 5 bilhões ao FMI para combater coronavírus

Autoridades do Irã confirmaram mais 121 mortes por coronavírus, elevando o número oficial de óbitos para 3.993

Coronavírus: Irã tem 64.586 casos confirmados (West Asia News Agency/Reuters)

Coronavírus: Irã tem 64.586 casos confirmados (West Asia News Agency/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de abril de 2020 às 09h58.

Última atualização em 8 de abril de 2020 às 10h01.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI), nesta quarta-feira (8), que conceda a seu país, entre os mais afetados pelo novo coronavírus, um empréstimo de emergência de US$ 5 bilhões para combater a pandemia.

"Peço a todas as organizações internacionais que assumam suas responsabilidades", disse Rohani durante o conselho de ministros.

"Somos membros do FMI (...) Se houver discriminação entre o Irã e outros na concessão de créditos, nem nós nem o público em geral tolerará", acrescentou, em declarações transmitidas pela televisão.

O Irã anunciou em 12 de março que recorreu ao FMI, a quem, excepcionalmente, Teerã disse ter pedido ajuda contra a COVID-19.

Teerã não recebe ajuda do FMI desde um empréstimo concedido entre 1960 e 1962, antes da proclamação da República Islâmica em 1979, segundo dados da instituição.

"Nosso Banco Central pediu acesso imediato" a um Instrumento de Financiamento Rápido (IFR) do FMI, declarou o ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, em 12 de março.

Segundo o site do Fundo, o IFR "oferece ajuda financeira rápida a todos os países-membros que precisem urgentemente".

"Se não cumprirem suas obrigações nessa situação difícil, o mundo os julgará de maneira diferente", alertou Rohani.

Aumento de mortes por Covid-19

Nesta quarta, as autoridades iranianas anunciaram mais 121 mortes em decorrência do novo coronavírus, elevando o número oficial de óbitos para 3.993 no Irã, o país mais atingido pela pandemia no Oriente Médio.

O Irã identificou 1.997 novos contágios nas últimas 24 horas, totalizando 64.586 casos confirmados até o momento, acrescentou Kianouche Jahanpour, porta-voz do Ministério da Saúde durante seu briefing diário sobre a crise.

O país anunciou em 19 de fevereiro os primeiros casos de contaminação na cidade de Qom (centro).

No exterior, alguns suspeitam de que os números oficiais iranianos estejam subestimados.

Segundo Jahanpour, 3.956 pacientes se encontram em estado crítico.

Desde o início da epidemia no Irã, 29.812 pacientes hospitalizados se recuperaram, disse Jahanpour, acrescentando que o país realizou mais de 220.975 testes para a COVID-19.

Na tentativa de limitar a propagação do vírus, as autoridades não impuseram a contenção, mas pedem às pessoas que permaneçam em suas casas "o máximo possível".

Outras restrições foram impostas, como a proibição de viajar entre cidades e o fechamento da maioria das empresas consideradas não essenciais.

Nesta quarta, durante a reunião de seu gabinete, o presidente Rohani ressaltou que uma "segunda onda" na luta contra o novo coronavírus deve começar no sábado (11) e que será mais difícil do que a primeira.

Rohani também anunciou a reabertura de certos estabelecimentos comerciais de "baixo risco", a partir de 11 de abril, explicando que quer "manter a atividade econômica o máximo possível".

O anúncio foi criticado por alguns especialistas e por autoridades, mas Rohani disse que "não há outra maneira".

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