Exame Logo

Irã exportará petróleo e romperá bloqueio dos EUA, diz Khamenei

Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira que não renovarão as isenções para a compra de petróleo do Irã

Irã: "Essas tentativas (dos EUA) não levarão a lugar algum, exportaremos tanto petróleo quanto for necessário", afirmou o líder iraniano (Photo by Iranian Leader's Press Office/Getty Images)
E

EFE

Publicado em 24 de abril de 2019 às 13h50.

Teerã — O líder supremo do Irã , o aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que o país exportará todo o petróleo que necessitar e romperá o bloqueio imposto pelos Estados Unidos , que há dois dias decidiu não renovar as isenções sobre as sanções para os clientes que seguiam comprando petróleo iraniano.

"Essas tentativas (dos EUA) não levarão a lugar algum, exportaremos tanto petróleo quanto for necessário", ressaltou o líder iraniano em comunicado.

Veja também

Khamenei avaliou que se o povo e as autoridades do Irã trabalharem com determinação, será possível abrir o bloqueio imposto pelos EUA, que prometem reduzir a zero as exportações do país.

Os EUA anunciaram na segunda-feira que não renovarão as isenções para a compra de petróleo iraniano que tinha concedido a oito países, entre eles alguns dos maiores clientes da República Islâmica, como China, Turquia e Índia.

Essas isenções foram concedidas depois que a Casa Branca impôs em novembro do ano passado sanções ao setor petroleiro do Irã, após a retirada unilateral do acordo nuclear assinado em 2015 entre a República Islâmica e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, mais Alemanha).

Diante dessa pressão, o líder supremo iraniano advertiu hoje o governo dos EUA que "tal medida hostil não ficará sem resposta".

"A nação iraniana não se renderá nem se ajoelhará diante dos inimigos", frisou Khamenei.

Na mesma linha, o ministro do Petróleo do Irã, Bijan Namdar Zangeneh, disse ontem: "Com todo o nosso poderio, trabalharemos para romper as sanções dos EUA".

Zangeneh assinalou que os EUA "cometeram um grave erro politizando o petróleo e o utilizando como uma arma em um momento de fragilidade do mercado". O ministro se referia ao aumento dos preços do barril após o anúncio da Casa Branca.

"Essa medida afetará muito devido à (falta de) oferta", avaliou o ministro, que colocou em dúvida a capacidade de alguns aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, para compensar o boicote ao petróleo iraniano, como sugeriu Washington.

A resposta no mercado não demorou. A cotação do barril da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegou a US$ 73,37 nesta terça-feira, uma alta de 1,28% (US$ 0,93) em relação ao dia anterior, o valor mais alto registrado em 2019.

A elevação do preço do petróleo no mercado é atribuído à decisão dos EUA em relação ao Irã que, segundo os especialistas, pode tirar do mercado internacional cerca de 1 milhão de barris diários.

As receitas procedentes do petróleo são vitais para a economia do Irã, que sofre há um ano com uma forte crise marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda nacional.

As exportações de petróleo do Irã caíram para baixo de 1 milhão de barris diários antes da entrada em vigor das sanções em novembro, em comparação com os 2,5 milhões diários registrados em meses anteriores, um número que chegou a melhorar devido às isenções que agora chegam ao fim.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Irã - PaísPetróleo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame