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Publicado em 26 de abril de 2023 às 09h13.
Última atualização em 26 de abril de 2023 às 10h08.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal, subiu 0,57% em abril, segundo divulgado nesta quarta-feira, 26, pelo IBGE. A prévia mensal desacelerou pelo segundo mês consecutivo. No acumulado em 12 meses, a inflação brasileira também segue em seu menor patamar em mais de dois anos.
A variação dos preços em abril representa uma desaceleração frente ao mês anterior: no índice de março, o IPCA-15 havia subido 0,69% (veja no gráfico abaixo).
O resultado veio levemente abaixo das expectativas do mercado, que esperava variação em torno de 0,61% e acumulado em 12 meses de 4,20%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, todos tiveram alta no índice de abril, embora alguns grupos, como alimentação, tenham desacelerado frente a março. O maior impacto no índice geral e a maior alta (1,44%) vieram de Transportes, grupo que inclui os combustíveis.
A gasolina, que subiu 3,47%, teve novamente o maior impacto individual (0,17 p.p) no índice.
O IPCA-15 diz respeito ao período entre a última quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual, e é considerado uma prévia do IPCA final, que abrange o mês completo e é divulgado no mês seguinte. Para o IPCA-15 deste mês, os preços foram coletados no período de 16 de março e 13 de abril de 2023 e comparados com os preços vigentes de 11 de fevereiro a 15 de março.
No ano, a expectativa dos agentes de mercado é que a inflação ainda volte a subir no acumulado e feche 2023 em 6,04%, segundo a última edição do boletim Focus.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, todos tiveram alta de preço no IPCA-15 do mês, embora cinco grupos tenham desacelerado em relação ao mês anterior, movimento que já vinha sendo visto nos resultados anteriores.
O grupo "Transportes", que inclui combustíveis, passagens aéreas e transporte público, foi a maior alta do período, subindo 1,44%. A variação desse grupo também mostrou leve desaceleração em relação a março, quando havia subido 1,50%.
Dentre os combustíveis, enquanto gasolina e etanol subiram, óleo diesel e gás veicular recuaram.
A alta na gasolina foi influenciada, entre outros fatores, pela volta da cobrança de impostos federais, que estavam provisoriamente zerados desde o ano passado. A reoneração entrou em vigor em 1º de março.
As passagens aéreas também subiram, interrompendo trajetória de queda vista no mês anterior. Após queda de 5,32% em março, os bilhetes subiram 11,96% no índice de abril.
O grupo "Saúde e cuidados pessoais" (1,04%) foi o segundo com maior alta, embora também com desaceleração frente a março, quando havia subido 1,18%.
O destaque no grupo foi a alta de 1,86% no preço dos medicamentos, variação impactada, segundo o IBGE, pela autorização de um reajuste de até 5,60% a partir de 31 de março.
O plano de saúde também subiu 1,20%, repetindo movimento de alta dos meses anteriores. Os planos seguem "incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023", segundo o IBGE.
O grupo "Alimentação e Bebidas" teve desaceleração no IPCA-15: saiu de alta de 0,20% em março para variação de 0,04% em abril.
A desaceleração nos alimentos foi puxada pela queda no preço da alimentação em domicílio, que ficou 0,15% mais barata.
Após aceleração nos meses anteriores em meio a reajustes de início de ano, a alimentação fora do domicílio também desacelerou, indo de 0,68% em março para 0,55% em abril.
No IPCA-15, prévia da inflação mensal e que vai de meados de um mês até meados do próximo, a inflação acumulada em 12 meses no índice de abril ficou em 4,16%.
Os dados são os últimos divulgados no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE. A inflação fechada de cada mês é sempre divulgada no início do mês seguinte, de modo que o IPCA fechado para abril ainda não foi calculado.
O consenso dos analistas é de inflação em 6,04% no ano de 2023, de acordo com a última edição do boletim Focus, publicada em 24 de abril. A projeção diz respeito às opiniões de analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central semanalmente.
Como em todos os índices inflacionários, o IPCA tem uma variação mensal, que diz respeito a quanto os preços dos produtos e serviços pesquisados subiram em um mês. Já o acumulado diz respeito à variação em um período maior.
O IPCA acumulado nos últimos 12 meses, por exemplo, é a soma das variações ao longo desse período. Já o IPCA acumulado só neste ano de 2023, por ora, é a inflação vista em janeiro, fevereiro, março e abril.
O IPCA é calculado pelo IBGE com base em uma cesta de produtos e serviços que, por meio de pesquisas e outras informações, se sabe que um brasileiro típico consume. O IPCA, assim, tenta apontar "a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos", segundo o IBGE. O índice é dividido em nove grupos:
Cada grupo tem dezenas ou até centenas de itens cujos preços são monitorados para calcular o valor final do IPCA. Além disso, os itens têm pesos diferentes no cálculo do índice. As passagens aéreas, por exemplo, têm peso menor do que o transporte público, por serem usadas por uma fatia menor da população ou com menos frequência.
O IPCA é somente um dos índices que medem a inflação. Há outros, com focos e pesos distintos. Para reajustar o aluguel, por exemplo, muitos locatários costumam usar o IGP-M (Índice Geral de Preços), que tem impacto maior de frentes como o dólar; já para obras, se usa o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que confere maior peso aos custos dos materiais de construção.
O IPCA é o principal índice brasileiro por ser usado para mensurar a inflação em canais oficiais, como nas metas do governo e do Banco Central. O INPC, por sua vez, é usado para reajustar o salário mínimo, por dizer respeito a famílias com até cinco salários mínimos.