IPCA pode ir a 6,5% com reajuste da bandeira vermelha
A bandeira vermelha patamar 2 pode vigorar até dezembro em meio à maior crise hídrica dos últimos 90 anos
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de junho de 2021 às 08h30.
Última atualização em 24 de junho de 2021 às 08h32.
Mesmo que ainda indefinido, o reajuste dos valores das bandeiras tarifárias de energia elétrica já tem provocado elevações nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ), que chegam a 6,5%, mais de 1 ponto acima do teto da meta (5,25%).
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A bandeira vermelha patamar 2 pode vigorar até dezembro em meio à maior crise hídrica dos últimos 90 anos. Novos valores das bandeiras devem ser anunciados este mês, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.
Ele indicou que o reajuste da faixa vermelha 2, a mais cara do sistema criado em 2015, poderia superar o aumento de 21% proposto em consulta pública, em março. O mercado cogita uma alta de até 60%, o que levaria a cobrança extra para R$ 10 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos.
A bandeira vermelha 2, que tem custo adicional de R$ 6,243, iria a R$ 7,571 caso adotada a proposta da consulta pública. A bandeira vermelha 1 subiria 10,3%, de R$ 4,169 para R$ 4,599. Em relação à bandeira amarela, a proposta era de redução, de R$ 1 343 a cada 100 kWh para R$ 0,996 - queda de 25,8%.
O economista João Fernandes, sócio da Quantitas Asset, passou a considerar o aumento de 60% da bandeira vermelha 2, mas com uma probabilidade de 70% de ser essa faixa em dezembro e de 30% de ser a bandeira vermelha 1. Sua projeção para o IPCA subiu de 6 40% para 6,50%. Nas contas dele, o impacto de um aumento a R$ 7 57 sobre o IPCA seria de 0,10 ponto porcentual. Caso chegue a R$ 10, o efeito seria de 0,27 ponto porcentual.
Na LCA Consultores, o economista Fábio Romão trabalha com um aumento da taxa extra da bandeira vermelha 2 para R$ 7,57, com impacto de 0,10 ponto sobre o IPCA, o que elevou de 6,13% para 6 23% sua estimativa para 2021.
O economista Leonardo França Costa, do ASA Investments, cogita 21% sobre a bandeira vermelha 2, com impacto de 0,07 ponto sobre o IPCA de julho. Caso o aumento seja de 60%, o efeito seria de 0 21 ponto no sétimo mês.