Economia

IPCA-15 sobe mais do que o esperado em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54 por cento em julho, contra alta de 0,40 por cento em junho


	Inflação: pesquisa com economistas estimava alta de 0,46 por cento para o período
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Inflação: pesquisa com economistas estimava alta de 0,46 por cento para o período (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 09h41.

São Paulo - Novo salto nos preços de alimentos em julho levou a prévia da inflação oficial do país a subir mais do que o esperado no mês, o que pode colocar mais obstáculos para o Banco Central iniciar um ciclo de redução dos juros básicos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54 por cento em julho, contra alta de 0,40 por cento em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

No acumulado em 12 meses até julho, o indicador teve alta de 8,93 por cento, desacelerando sobre o avanço de 8,98 por cento no mês anterior.

Ainda assim, permanece bem acima do teto da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

A expectativa de economistas em pesquisa da Reuters era de alta de 0,46 por cento na base mensal e de 8,84 por cento em 12 meses, segundo a mediana das projeções.

Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas registrou alta de 1,45 por cento nos preços neste mês, maior avanço para o mês desde 2008 (1,75 por cento), e respondendo sozinho por 0,37 ponto percentual do IPCA-15 inteiro de julho.

Os preços do feijão-carioca continuaram pressionando fortemente a inflação, com alta de 58,06 por cento no mês e com maior impacto no IPCA-15 (0,18 ponto percentual) no período.

Também se destacaram os preços de vários outros alimentos, como o arroz (3,36 por cento) e o leite (15,54 por cento).

Na véspera, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 14,25 por cento, repetindo não haver espaço para corte nos juros tão cedo e apontando riscos para o cenário de inflação.

No seu comunicado, a autoridade monetária já havia destacado que os preços dos alimentos poderiam se mostrar persistente, responsáveis também pela inflação acima do esperado no curto prazo.

De modo geral, especialistas acreditam que o BC começará a cortar a Selic somente em outubro. Nesta manhã, os contratos de juros futuros mais curtos e intermediários subiam, reforçando essas apostas com base na decisão do BC na noite passada e pelo resultado do IPCA-15.

Na pesquisa Focus do BC, os especialistas consultados calculam que o IPCA encerrará este ano com alta de 7,26 por cento, desacelerando para 5,30 por cento no final de 2017.

O IBGE destacou que, em contraposição a Alimentação e bebida, a maioria dos demais grupos mostrou desaceleração na inflação. 

Texto atualizado às 9h41

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