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"Investimento espera crescimento se confirmar"

Para Fábio Barbosa, do ABN-Amro, o problema fundamental não é a queda do risco Brasil, mas o crescimento sustentado.

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.

Os repetidos episódios brasileiros de crescimento econômico que não se tornaram sustentáveis tornaram os investidores desconfiados. Para o Brasil romper os receios, primeiro terá de consolidar o crescimento, mesmo com pouco financiamento, para depois atrair investimentos e crescer ainda mais. O diagnóstico é de Fábio Barbosa, presidente do banco ABN-Amro, em seminário promovido nesta segunda-feira (29/11) sobre a reavaliação do risco Brasil.

Para imunizar a economia do ceticismo alimentado pelo chamado stop and go, Barbosa propõe quatro medidas: respeito a contratos, regulamentação adequada de setores de infra-estrutura, fortalecimento local do mercado de capitais e maior eficiência do sistema tributário.

"O problema fundamental não é a queda do risco, mas o crescimento sustentado", diz Barbosa. Para tanto, é preciso alterar o nível de absorção pelo governo da poupança interna, de 72%. Segundo o executivo, não há como o sistema financeiro emprestar para o sistema produtivo enquanto essa situação perdurar. Citando estudo da consultoria A. T. Kearney (leia reportagem de EXAME sobre o estudo), Barbosa manifestou preocupação com a queda de interesse do capital internacional por projetos no Brasil. "Estávamos em 2º ou 3º na lsita das preferências entre 1998 e 2001, e em 2004 caímos para 17º."

Para Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, em 15 a 24 meses o Brasil deve voltar à média de risco soberano dos países emergentes, de pouco mais de 250 pontos base (p.b.). Em sua opinião, o país já poderia pagar 350 p.b., mas continua arcando com um "prêmio de ceticismo", que eleva seu risco para a faixa atual, de 413 p.b.

O seminário "Reavaliação do Risco Brasil" foi promovido pelo Comitê de Cooperação Empresarial da Fundação Getúlio Vargas e pela Standard & Poor's.

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