A informalidade entre as pequenas empresas brasileiras está cada vez mais para regra do que para exceção. Dos 10,5 milhões dos negócios de pequeno porte, 98% não possui qualquer tipo de registro contábil. Os números, colhidos em 2003, fazem parte de uma pesquisa do Instittuo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada hoje (19/5), em parceria com o Sebrae.

Desde 1997, ano da pesquisa anterior, o número de pequenas empresas no Brasil cresceu 10%, enquanto o número de empresas no setor informal cresceu 9%, indicando um pequeno aumento na formalização, de acordo com o estudo.

Segundo a interpretação do IBGE, a empresa pode até ser registrada nos órgãos públicos competentes, mas se a contabilidade do estabelecimento não estiver claramente separada das contas da família, essa empresa passa a ser considerada informal. A pesquisa não inclui o setor agrícola.

Um dos aspectos mais negativos da pesquisa diz respeito à saúde financeira dessas empresas. Em 2003, apenas 73% das empresas informais eram lucrativas. Há seis anos, esse índice era de 93%. O IBGE também mediu o tamanho desse mercado: pequenas empresas informais geraram um faturamento de 17,6 bilhões de reais em 2003. Cerca de 13 milhões de pessoas trabalham nesse segmento, incluindo trabalhadores sem carteira assinada ou mesmo aqueles que não recebem nenhuma remuneração.