Economia

Inflação fica elevada e começa a cair em 2016, diz Tombini

"A manutenção do atual patamar da taxa básica de juros é condição necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016", afirma Trombini


	Tombini: "A manutenção do atual patamar da taxa básica de juros, por um período suficientemente prolongado, é condição necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”
 (Joedson Alves/Reuters)

Tombini: "A manutenção do atual patamar da taxa básica de juros, por um período suficientemente prolongado, é condição necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016” (Joedson Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 07h59.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reafirmou hoje (24) que a inflação acumulada nos últimos 12 meses deve atingir seu pico neste trimestre, permanecer elevada em 2015 e começar a cair no próximo ano.

“Em 2016, os números de inflação, empatados pelo realinhamento de preços relativos, cederão lugar aos valores que refletirão melhor o estado corrente das condições monetárias, levando a uma forte queda na inflação anual já nos primeiros meses do ano”, disse durante a 15ª edição do Prêmio Valor 1000.

Para Tombini, no contexto atual de crise, “a manutenção do atual patamar da taxa básica de juros, por um período suficientemente prolongado, é condição necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”.

Segundo ele, os ajustes econômicos em curso são fundamentais para estabelecer uma base sólida para retomada de um crescimento “sustentável”.

“Na fase em que estamos atravessando, quando ocorre simultaneamente queda da atividade e aumento da inflação, a percepção imediata dos agentes econômicos é naturalmente afetada pelos custos inerentes ao processo de ajustamento”, explicou.

O presidente do BC afirmou que, à medida que a inflação cair e houver estabilidade econômica, haverá maior confiança desses agentes econômicos.

Segundo Tombini, a contribuição do Banco Centrall se dá, não somente pela condução da política monetária, mas também por sua ação para assegurar solidez e eficiência do sistema financeiro nacional”.

Ele afirmou ainda que o sistema continua “bem capitalizado e líquido, com baixo índice de inadimplência, composto por instituições bem provisionadas e pouco dependentes de recursos externos”.

Sobre a economia internacional, o presidente do BC disse que ela continua crescendo em taxas moderadas e de forma desigual.

“Nos Estados Unidos da América, um processo de normalização das condições monetárias prossegue de forma ordenada, embora os analistas estejam bastante divididos sobre o momento em que o banco central norte-americano, FED, aumentará as taxas de juros daquele país”.

Na Ásia, segundo ele, a transformação do modelo econômico chinês se mantém em curso, ainda que essa transição esteja sujeita a desafios.

“Incertezas acerca da trajetória de crescimento da economia chinesa e de sua taxa de câmbio tem adicionado volatilidade aos mercados internacionais”, disse.

Para que o Brasil esteja bem posicionado nessa conjuntura global, Tombini afirmou que o país segue “a receita padrão de reforçar o arcabouço de política econômica para manter fundamentos macroeconômicos sólidos, notadamente o tripé formado por câmbio flutuante, política fiscal responsável e sistema de metas para a inflação”.

O presidente do BC fez ainda considerações sobre o momento atual da economia brasileira, destacando que as exportações devem assumir um papel crescente, como um fator de dinamismo econômico em 2015 e nos próximos anos, além do processo de substituição de importações por bens produzidos domesticamente, o que favoreceria tanto o saldo comercial como a atividade econômica.

“A construção de um futuro mais próspero requer ações em outras frentes, de forma a superar gargalos estruturais na produção, acelerar a taxa de crescimento da produtividade e ampliar a oferta da economia”, afirmou.

Entre essas ações, Tombini citou o programa de concessões para melhoria da expansão da infraestrutura; programas voltados para o desenvolvimento de capital humano no Brasil; e reformas microeconômicas destinadas a melhorar o ambiente de negócios no país.

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