Economia

Inflação na Venezuela fechará acima de 2.000%, diz AN

Segundo o presidente da Assembleia Nacional, projeção "confirma o caminho hiperinflacionário no qual a economia venezuelana se encontra" desde outubro

Venezuela: economista reiterou que o banco central "está inundando a economia com dinheiro inorgânico emitido para cobrir o déficit fiscal" (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: economista reiterou que o banco central "está inundando a economia com dinheiro inorgânico emitido para cobrir o déficit fiscal" (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 14h24.

Caracas - O deputado José Guerra, presidente da Comissão de Finanças da Assembleia Nacional da Venezuela (AN), disse nesta terça-feira que a inflação deste ano fechará acima de 2.000%, segundo estimativas da Câmara, o único poder controlado pela oposição no país sul-americano.

"Hoje podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que, com este aumento de liquidez criado pelo Banco Central (BCV), a inflação em 2017 vai superar facilmente os 2.000%", disse o opositor em uma declaração enviada aos jornalistas.

Guerra afirmou que esta projeção "confirma o caminho hiperinflacionário no qual a economia venezuelana se encontra" desde outubro, quando a inflação mensal fechou acima de 50% e a anual acumulada chegou a 825%, sempre segundo dados do parlamento, que assumiu esta tarefa diante do silêncio do BCV.

O economista reiterou que o banco central "está inundando a economia com dinheiro inorgânico emitido para cobrir o déficit fiscal", e garantiu que, em novembro deste ano, o BCV aumentou a base monetária em 1.560%, em comparação com o mesmo mês de 2016.

Guerra explicou que isto teve como consequência a desvalorização da moeda local e o aumento da inflação que afeta "principalmente os trabalhadores com rendimentos fixos, os aposentados, e os poupadores, cujas aplicações nos bancos estão sendo 'confiscadas' pelo governo".

"A Venezuela está sofrendo uma intoxicação monetária", acrescentou Guerra, após denunciar que, apesar do aumento da liquidez, persiste a escassez de moeda no país.

Para o primeiro trimestre deste ano, o parlamento projetou a inflação em 741%.

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