Economia

Inflação cai para 0,35% em junho e acumula 8,84% em 12 meses

Taxa despencou em relação a maio e não era tão baixa desde agosto de 2015, mas acumulado segue muito acima do teto da meta do governo

Mulher compra roupas em loja de São Paulo: inflação continua acima do teto da meta (Paulo Fridman/Bloomberg)

Mulher compra roupas em loja de São Paulo: inflação continua acima do teto da meta (Paulo Fridman/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de julho de 2016 às 11h56.

São Paulo - Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação no Brasil foi de 0,35% em junho, informou hoje o IBGE.

É menos da metade da taxa do mês anterior (0,78%) e de junho do ano passado (0,79%). O IPCA não era tão baixo desde agosto de 2015, quando registrou 0,22%.

A inflação fechou o primeiro semestre do ano em 4,42%, bem abaixo dos 6,17% registrados no mesmo período de 2015.

O acumulado em 12 meses está em 8,84%, contra 9,32% nos 12 meses imediatamente anteriores, mas segue acima da meta do governo (4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo).

A garantia de que a inflação está cedendo permitiria ao Banco Central começar um ciclo de corte de juros em algum momento do segundo semestre.

Ilan Goldfajn, o novo presidente do Banco Central, tem sinalizado que pretende perseguir o cumprimento do centro da meta (4,5%) já no ano que vem e que a queda já está se materializando.

“A expectativa de inflação – não só do Banco Central, mas do mercado, dos analistas, da sociedade – está em torno de 7% para o ano. Uma queda de 11% para 7%. E, de fato, está ocorrendo. Mês a mês a inflação está começando a voltar. Não é certo, mas está indo na direção”, disse em entrevista para Miriam Leitão ontem à noite, antes da divulgação.

Grupos

Dos 9 grupos pesquisados, 7 tiveram desaceleração em relação ao mês anterior; Comunicação subiu mais e Transportes teve uma queda menos intensa.

Alimentação e Bebidas, o grupo de maior peso no índice, foi de 0,78% em maio para 0,71% em junho e contribuiu com 0,18 ponto percentual do IPCA total.

Alguns itens tiveram alta forte, como o feijão-carioca (de 7,61% em maio para 41,78% em junho) e o leite longa vida (de 3,43% em maio para 10,16% em junho).

Outros caíram, como a cebola (que foi de alta de 10,09% em maio para queda de 17,78% em junho) e o tomate (de 1,04% para -8,08%).

A alta de Habitação caiu de 1,79% para 0,63% de um mês para o outro, puxada para uma queda da taxa de água e esgoto de 10,37% para 2,64% de um mês para o outro.

O maior índice regional foi o de Belo Horizonte (0,66%), puxado pela alta da taxa de água e esgoto em 5,57% refletindo um reajuste de 12,9% vigente desde 13 de maio. O menor foi em Porto Alegre (queda de 0,02%).

Grupo Variação Maio Variação Junho
Índice Geral 0,78% 0,35%
Alimentação e Bebidas 0,78% 0,71%
Habitação 1,79% 0,63%
Artigos de Residência 0,63% 0,26%
Vestuário 0,91% 0,32%
Transportes -0,58% -0,53%
Saúde e cuidados pessoais 1,62% 0,83%
Despesas pessoais 1,35% 0,35%
Educação 0,16% 0,11%
Comunicação 0,01% 0,04%

.

Grupo Impacto Maio (p.p.) Impacto Junho (p.p.)
Índice Geral 0,78 0,35
Alimentação e Bebidas 0,20 0,18
Habitação 0,27 0,10
Artigos de Residência 0,03 0,01
Vestuário 0,05 0,02
Transportes -0,10 -0,10
Saúde e cuidados pessoais 0,18 0,09
Despesas pessoais 0,14 0,04
Educação 0,01 0,01
Comunicação 0,00 0,00
Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCusto de vidaEstatísticasIBGEIndicadores econômicosInflaçãoIPCAMercado financeiroPreços

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor