Economia

Inflação em 2013 pode ser menor que em 2012, diz secretário

Osecretário de Política Econômica da Fazenda, Márcio Holland disse que ainda trabalha com a possibilidade de o IPCA encerrar o ano abaixo dos 5,84% registrados em 2012


	Embora tenha ressaltado o risco de que o IPCA estoure o teto da meta (6,5%), Holland não quis projetar um prazo em que o índice convergirá para o centro da meta
 (REUTERS/Bruno Domingos)

Embora tenha ressaltado o risco de que o IPCA estoure o teto da meta (6,5%), Holland não quis projetar um prazo em que o índice convergirá para o centro da meta (REUTERS/Bruno Domingos)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2013 às 22h35.

Brasília – Apesar de o Banco Central (BC) ter elevado para 6% a previsão de inflação para este ano, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, disse que a equipe econômica continua trabalhando com a possibilidade de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrar o ano abaixo dos 5,84% registrados em 2012.

Segundo ele, a queda no preço dos alimentos e de bens duráveis e não duráveis permite que essa possibilidade seja considerada pela Fazenda.

“Um IPCA menor que o de 2012 é uma possibilidade e o governo está trabalhando com isso. Diversos produtos que pressionaram a inflação nos últimos anos, como o tomate e o arroz, têm apresentado queda consistente. Os alimentos, que chegaram a responder por 50% do IPCA em vários momentos nos últimos dois anos, hoje só representam 25% do índice”, explicou.

Holland mencionou ainda os itens da cesta básicos, que foram desonerados em março e, segundo ele, também contribuíram para a queda do preço dos alimentos.

O secretário também destacou um recuo nos preços de bens duráveis e não duráveis. Segundo ele, isso pode ser traduzido pelo índice de difusão do IPCA, indicador que mostra o percentual de preços que subiram nos meses pesquisados. “Em janeiro, o índice de difusão chegou a 75% dos preços. Em maio, estava em 61,6%”, ressaltou.

Em relação à alta do dólar, que pode pressionar a inflação por causa das mercadorias importadas ou com componentes importados, Holland disse que ainda é preciso esperar o momento de turbulência no sistema financeiro internacional passar para saber em que nível o câmbio se acomodará.

“Tivemos uma revisão na paridade atual, mas não sabemos exatamente para onde o câmbio vai. Temos de acompanhar um pouco mais antes de fazer uma estimativa sobre o impacto do dólar na inflação”, declarou.

Apesar do aumento da moeda norte-americana, o secretário alegou que os repasses do câmbio para a inflação no Brasil estão cada vez menores: “A taxa de transferência das variações do câmbio para a inflação são declinantes”.


O secretário fez as declarações ao comentar a definição da meta de inflação para 2015, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Embora tenha ressaltado que a inflação esteja sob controle e descartado o risco de que o IPCA estoure o teto da meta (6,5%), Holland não quis projetar um prazo em que o índice convergirá para o centro da meta.

“Esperamos que a inflação chegue à meta no médio prazo, como é no regime de metas quando temos um quadro de choque de oferta. A inflação tem estado nos últimos dez anos controlada e dentro dos intervalos de tolerância estabelecido”, explicou o secretário.

De acordo com ele, o intervalo de tolerância existe justamente para permitir a acomodação de choques de oferta, como as secas e as chuvas que elevaram o preço dos alimentos, sem comprometer a atividade econômica.

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