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Inflação eleva o pessimismo no País, avalia a FGV

Segundo FGV, queda na confiança está associada à desaceleração da economia e ao ceticismo em relação à recuperação da atividade

Notas de 50 reais sendo impressas na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 09h16.

São Paulo - No mês passado, ocorreu um baque generalizado nos índices de confiança apurados por diferentes institutos de pesquisa.

"Houve uma desconfiança em vários indicadores, mas nada comparável ao pior momento recente, março de 2009. Naquela época havia uma recessão clássica. Agora não estamos nesse ponto", afirma Aloisio Campelo, superintendente de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).

Na sua avaliação, a queda na confiança está associada à desaceleração da economia e ao ceticismo em relação à recuperação da atividade.

"Estamos num ano em que a política monetária está mais apertada, a inflação está demorando para ceder", diz.

Além disso, ele ressalta que há um desapontamento em relação atividade econômica por conta da Copa do Mundo, com indústrias paralisando a produção, além das manifestações, greves e risco de racionamento.

Inflação

Na opinião do assessor econômico da Fecomércio-SP, Altamiro Carvalho, variáveis conjunturais negativas - como manifestações, risco de racionamento de energia e de água - afetam o comportamento do consumidor.

"O ambiente está muito turbulento e o consumidor não gosta de incerteza." Mas o fator preponderante, na opinião do economista, que levou à queda da confiança foi a inflação elevada que corroeu a renda.

Além disso, o cenário para o emprego não é tão favorável, quanto no passado recente.

Essa mudança de cenário foi sentida por Rita de Cássia Vieira, de 44 anos, que não tem carteira assinada há seis anos. Antes copeira, Rita, nesse período, trabalhou como ajudante de cozinha e cuidadora de idosos.

Desde o ano passado, já foram 60 currículos entregues à procura de um serviço registrado, mas não obteve sucesso.

"A Copa do Mundo só melhorou o mercado de trabalho para os jovens. Para os mais velhos e sem estudo, como eu, as coisas continuam de mal a pior", diz ela, que não completou o primeiro grau.

Ao rodar o supermercado, Rita, casada e com três filhos, se assusta com os preços.

"Está tudo muito caro, principalmente os itens de alimentação", diz. "Algumas coisas que eu comprava bastante, como molho de tomate e maionese, agora só levo se preciso muito."

Já para a aposentada Nancy Silva, de 72 anos, o desânimo da população vem de promessas não cumpridas que agora passam a pesar no bolso.

"Há um desgate, pois nenhum projeto se conclui, não há retorno dos impostos. Vemos os picos da inflação, cada vez mais curtos, sobretudo com o básico, que é alimentação", diz a assistente social.

"A proximidade das eleições deixa a situação mais tensa, com a dificuldade de escolher o menos pior." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - No mês passado, ocorreu um baque generalizado nos índices de confiança apurados por diferentes institutos de pesquisa.

"Houve uma desconfiança em vários indicadores, mas nada comparável ao pior momento recente, março de 2009. Naquela época havia uma recessão clássica. Agora não estamos nesse ponto", afirma Aloisio Campelo, superintendente de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).

Na sua avaliação, a queda na confiança está associada à desaceleração da economia e ao ceticismo em relação à recuperação da atividade.

"Estamos num ano em que a política monetária está mais apertada, a inflação está demorando para ceder", diz.

Além disso, ele ressalta que há um desapontamento em relação atividade econômica por conta da Copa do Mundo, com indústrias paralisando a produção, além das manifestações, greves e risco de racionamento.

Inflação

Na opinião do assessor econômico da Fecomércio-SP, Altamiro Carvalho, variáveis conjunturais negativas - como manifestações, risco de racionamento de energia e de água - afetam o comportamento do consumidor.

"O ambiente está muito turbulento e o consumidor não gosta de incerteza." Mas o fator preponderante, na opinião do economista, que levou à queda da confiança foi a inflação elevada que corroeu a renda.

Além disso, o cenário para o emprego não é tão favorável, quanto no passado recente.

Essa mudança de cenário foi sentida por Rita de Cássia Vieira, de 44 anos, que não tem carteira assinada há seis anos. Antes copeira, Rita, nesse período, trabalhou como ajudante de cozinha e cuidadora de idosos.

Desde o ano passado, já foram 60 currículos entregues à procura de um serviço registrado, mas não obteve sucesso.

"A Copa do Mundo só melhorou o mercado de trabalho para os jovens. Para os mais velhos e sem estudo, como eu, as coisas continuam de mal a pior", diz ela, que não completou o primeiro grau.

Ao rodar o supermercado, Rita, casada e com três filhos, se assusta com os preços.

"Está tudo muito caro, principalmente os itens de alimentação", diz. "Algumas coisas que eu comprava bastante, como molho de tomate e maionese, agora só levo se preciso muito."

Já para a aposentada Nancy Silva, de 72 anos, o desânimo da população vem de promessas não cumpridas que agora passam a pesar no bolso.

"Há um desgate, pois nenhum projeto se conclui, não há retorno dos impostos. Vemos os picos da inflação, cada vez mais curtos, sobretudo com o básico, que é alimentação", diz a assistente social.

"A proximidade das eleições deixa a situação mais tensa, com a dificuldade de escolher o menos pior." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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