Economia

Indústria será a mais beneficiada com a reforma tributária, mas todos os setores ganham, diz Appy

Segundo o secretário de Reforma Tributária, segmento é o mais prejudicado pelo sistema tributário atual

Bernard Appy: o secretário disse que a indústria aumenta a demanda por serviços, por alimentos, e gera renda (Edu Andrade/ASCOM/MF/Flickr)

Bernard Appy: o secretário disse que a indústria aumenta a demanda por serviços, por alimentos, e gera renda (Edu Andrade/ASCOM/MF/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 24 de abril de 2023 às 16h40.

Última atualização em 24 de abril de 2023 às 17h44.

A despeito das reclamações do setor de serviços sobre perdas com a reforma tributária, o secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, disse que as mudanças vão beneficiar todos os setores da economia, mas principalmente a indústria, que hoje sofre as maiores distorções com o sistema tributário brasileiro atual.

Appy participou do seminário Reforma Tributária sobre o Consumo e o Crescimento Econômico realizado nesta tarde pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

"O setor mais prejudicado é o da indústria, por causa das distorções do sistema tributário brasileiro, entre elas, cumulatividade, custo dos investimentos, burocracia tributária. Mas todos os setores serão beneficiados, inclusive o de serviços. Todo mundo ganha", garantiu Appy.

Uma das reclamações do setor de serviços é o aumento da carga tributária, hoje da ordem de 10%, que subiria para 25%. Representantes do setor afirmam que a reforma só será aprovada pelo segmento se vier acompanhada da desoneração da folha de pagamentos ou de uma alíquota menor.

Appy disse que a indústria aumenta a demanda por serviços, por alimentos, e gera renda. Com o sistema tributário atual, o Brasil não cresce e se desindustrializa. Ele afirmou que apenas com o fim da cumulatividade de impostos, o produto interno bruto (PIB) potencial do país cresce 4%.

Hoje, disse Appy, a cumulatividade onera as exportações e o país perde competitividade. E a guerra fiscal acaba sendo um desastre absoluto para o Brasil em termos de competitividade.

"A reforma reduz a burocracia tributária, em que o Brasil é o campeão mundial. Há indústrias que empregam até 200 pessoas para cuidar dessa burocracia, enquanto no exterior empresas do mesmo porte tem apenas cinco pessoas. Temos 75% do PIB em litígios tributários atualmente", lembra ele.

Modelos para fiscalizar o novo imposto

Ele disse que os estados já estão sendo chamados para discutir os modelos tecnológicos para fiscalizar o novo imposto. Tanto a PEC 45 quanto a 110 criam um imposto sobre bens e serviços (IBS) que substituiria cinco tributos atuais: PIS, Cofins, IPI (da União), ICMS (dos estados) e ISS (dos municípios).

O presidente da Abimaq, José Velloso, disse que o processo de desindustrialização a reforma tributária torna-se mais que urgente. Ele disse que a reforma ao simplificar o sistema tributário vai oferecer segurança jurídica a quem quiser investir no Brasil.

"É preciso eliminar a cumulatividade, além da regressividade do sistema que traz injustiça social, onde os pobres pagam mais", afirmou o presidente da Abimaq.

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