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Indústria de higiene se antecipa ao IPI e eleva preços

O setor acredita que já há necessidade de ajustar preços nas vendas ao varejo, ainda que esteja negociando em Brasília uma reversão da medida

Cosméticos: a decisão do governo de passar a cobrar IPI no atacado do setor de cosméticos provocará um aumento real dos preços ao consumidor de 12% (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2015 às 14h43.

São Paulo - As indústrias de higiene e beleza têm sentido a necessidade de corrigir para cima as tabelas de preço no mercado, uma antecipação à entrada em vigor em maio da cobrança de IPI para as distribuidoras do setor.

Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basilio, afirma que já há necessidade de ajustar preços nas vendas ao varejo, ainda que o setor esteja negociando em Brasília uma reversão da medida.

Segundo os cálculos apresentados em reunião na Receita Federal em janeiro, a decisão do governo de passar a cobrar IPI no atacado do setor de cosméticos provocará um aumento real dos preços ao consumidor de 12%, em média, e uma queda nas vendas dos produtos atingidos de 17% a 18%.

O aumento de carga tributária vem num momento em que as companhias também lidam com alta de custos vinda do impacto do câmbio em insumos importados.

Em algumas linhas que dependem mais de importação, como algumas categorias de fragrâncias e maquiagem, Basílio estima que o câmbio e os impostos levariam a uma necessidade de alta ainda maior. "Não tem como negar que isso impacta o bolso do consumidor", ponderou.

Diante da nova realidade, a Abihpec considera que existe a possibilidade de o consumidor brasileiro passar a dar preferência por produtos de marcas mais baratas.

De acordo com Basílio, porém, ainda não é possível determinar que as empresas estão apostando no chamado "trade down".

Para ele, é esperado que a desvalorização do real tenha seu lado positivo: reduz as compras dos brasileiros no exterior, um tipo de consumo que rivaliza com a compra dos produtos "premium" brasileiros.

A necessidade de planejar os repasses de preço com antecedência existe tanto para indústrias que lidam com varejistas terceiros quanto na venda direta, onde é preciso elaborar catálogos dos produtos, diz Basílio.

Durante teleconferência com analistas e investidores, a Natura já informou que vai reajustar em 3,7% sua tabela de preços na metade do primeiro semestre, e ainda está avaliando como vai reagir ao aumento do IPI para algumas categorias de produtos.

"Estamos estudando o cenário competitivo dos segmentos atingidos, levando em consideração a maior competitividade e o cenário para o câmbio", disse, na ocasião, o presidente da companhia, Roberto Lima.

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São Paulo - As indústrias de higiene e beleza têm sentido a necessidade de corrigir para cima as tabelas de preço no mercado, uma antecipação à entrada em vigor em maio da cobrança de IPI para as distribuidoras do setor.

Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basilio, afirma que já há necessidade de ajustar preços nas vendas ao varejo, ainda que o setor esteja negociando em Brasília uma reversão da medida.

Segundo os cálculos apresentados em reunião na Receita Federal em janeiro, a decisão do governo de passar a cobrar IPI no atacado do setor de cosméticos provocará um aumento real dos preços ao consumidor de 12%, em média, e uma queda nas vendas dos produtos atingidos de 17% a 18%.

O aumento de carga tributária vem num momento em que as companhias também lidam com alta de custos vinda do impacto do câmbio em insumos importados.

Em algumas linhas que dependem mais de importação, como algumas categorias de fragrâncias e maquiagem, Basílio estima que o câmbio e os impostos levariam a uma necessidade de alta ainda maior. "Não tem como negar que isso impacta o bolso do consumidor", ponderou.

Diante da nova realidade, a Abihpec considera que existe a possibilidade de o consumidor brasileiro passar a dar preferência por produtos de marcas mais baratas.

De acordo com Basílio, porém, ainda não é possível determinar que as empresas estão apostando no chamado "trade down".

Para ele, é esperado que a desvalorização do real tenha seu lado positivo: reduz as compras dos brasileiros no exterior, um tipo de consumo que rivaliza com a compra dos produtos "premium" brasileiros.

A necessidade de planejar os repasses de preço com antecedência existe tanto para indústrias que lidam com varejistas terceiros quanto na venda direta, onde é preciso elaborar catálogos dos produtos, diz Basílio.

Durante teleconferência com analistas e investidores, a Natura já informou que vai reajustar em 3,7% sua tabela de preços na metade do primeiro semestre, e ainda está avaliando como vai reagir ao aumento do IPI para algumas categorias de produtos.

"Estamos estudando o cenário competitivo dos segmentos atingidos, levando em consideração a maior competitividade e o cenário para o câmbio", disse, na ocasião, o presidente da companhia, Roberto Lima.

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