Economia

Incêndio em porto eleva açúcar bruto à máxima de 1 ano

Às 12h30, o março do açúcar bruto avançava 1,74% a 19,33 centavos por bushel, após atingir a máxima de 1 ano de 20,16 centavos anteriormente por temores


	Cosan: unidade de logística da Cosan, a Rumo, também deve ser beneficiada, seja pelo aumento de volume ou preços mais altos.
 (Divulgação/EXAME.com)

Cosan: unidade de logística da Cosan, a Rumo, também deve ser beneficiada, seja pelo aumento de volume ou preços mais altos. (Divulgação/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 14h03.

Londres - Um incêndio em armazéns da maior comercializadora de açúcar brasileira, a Copersucar, no Porto de Santos, impulsionou os futuros do açúcar bruto, que chegaram a subir cerca 6 por cento, para a máxima de quase 1 ano nesta sexta-feira, antes de o mercado devolver parte dos ganhos, disseram operadores.

Às 12h30 (horário de Brasília), o março do açúcar bruto avançava 1,74 por cento a 19,33 centavos por bushel, após atingir a máxima de 1 ano de 20,16 centavos anteriormente na sessão por temores sobre o impacto que o incêndio teria sobre as exportações do Brasil.

O incêndio que atinge ao menos três armazéns da Copersucar ainda não havia sido controlado até o fim da manhã, e estima-se que tenha afetado cerca de 300 mil toneladas do produto, afirmou a Codesp, responsável pelo porto de Santos.

"Eu acho que a reação do mercado é justificada. Santos é o principal ponto de fornecimento de açúcar bruto para todo o mundo", disse o diretor da Czarnikow, Toby Cohen.

"A alta de hoje é pela cobertura de vendidos. Mas a longo prazo, as implicações são ainda mais significativas --em especial para a disponibilidade de açúcar para exportação até o fim da safra." "Caso os danos do incêndio prejudiquem o equipamento de carregamento de navios, haverá um problema ainda maior. A instalação de carregamento é muito mais importante para o mercado global do que a perda de açúcar", disse Cohen.

Para o analista do Credit Suisse, Viccenzo Paternostro, o evento "provavelmente não afetará apenas as entregas de açúcar no curto prazo, como também vai interromper as operações de carregamento da Copersucar nos próximos 3 a 6 meses", disse Paternostro em nota a clientes.


"Conversei com a Cosan e a São Martinho, e eles mencionaram que a operação da Rumo não foi afetada pelo fogo, o que significa que eles podem ter alguma vantagem de preços mais altos sem redução de volume", disse o analista.

A unidade de logística da Cosan, a Rumo, também deve ser beneficiada, seja pelo aumento de volume ou preços mais altos.

Segundo a Czarnikow, as exportações de açúcar a granel do porto de Santo atingiram cerca de 2 milhões de toneladas por mês nesta temporada e a Copersucar é responsável por cerca de 25 por cento das exportações do porto.

O Brasil responde por cerca de 50 por cento do comércio global de açúcar.

Com tal cenário, o açúcar branco negociado em Londres (Liffe) subia 0,95 por cento, a 511,1 dólares por tonelada. A commodity chegou a atingir a máxima de 529,4 dólares anteriormente na sessão.

Acompanhe tudo sobre:acucarCommoditiesIncêndiosPorto de Santos

Mais de Economia

Banco Central estabelece regras para reuniões com agentes do mercado financeiro

Produção industrial sobe 4,1% em junho, maior alta desde julho de 2020

Governo Lula aperta regra e trava R$ 47 bi em gastos dos ministérios até setembro; entenda

Petrobras anuncia alta de 7,1% no preço do querosene de aviação

Mais na Exame