Economia

Ilan, do BC, diz que frustração com reformas pode elevar inflação

Ilan Goldfajn voltou a fazer a afirmação neste sábado, durante evento em Washington, nos Estados Unidos

Ilan: ideia já constou em comunicações mais recentes do BC. (Adriano Machado/Reuters)

Ilan: ideia já constou em comunicações mais recentes do BC. (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de outubro de 2017 às 16h01.

Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, voltou a afirmar neste sábado, durante evento em Washington, nos Estados Unidos, que a frustração de expectativas com reformas no Brasil pode elevar a inflação no horizonte relevante. Esta ideia já constou em comunicações mais recentes do BC, que segue citando o andamento das reformas como um risco em seu cenário.

Goldfajn também voltou a citar hoje medidas adotadas no âmbito da Agenda BC+, de reformas estruturais. Entre elas, o "novo código punitivo e as ferramentas de acordo", numa clara referência à Medida Provisória 784, que está em tramitação no Congresso.

A MP, no entanto, sofreu um revés na última semana e não foi votada no plenário da Câmara. Agora, em função do prazo (até dia 19 para aprovação na Câmara e no Senado), tende a caducar.

No Banco Central, no entanto, o novo marco punitivo segue sendo visto como essencial para modernizar o sistema financeiro brasileiro.

No evento de hoje, Goldfajn também destacou reformas levadas a cabo pelo governo, como o estabelecimento do teto de gastos, a reforma trabalhista, a reforma educacional, as mudanças no setor de óleo e gás, os anúncios de privatização e a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) - a nova referência para operações do BNDES.

"A continuidade das reformas será relevante para o futuro da economia brasileira", afirmou.

Segundo ele, para o processo de queda de juros continuar, é necessário um esforço para reduzir a taxa estrutural da economia - aquela em que há crescimento sem gerar inflação.

Goldfajn também voltou a destacar que a taxa de juros real (descontada a inflação), perto de 3%, está baixa e tende a estimular a economia.

Além disso, repetiu a ideia de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vê como apropriado reduzir o ritmo de cortes da Selic (a taxa básica de juros) no próximo encontro, no fim deste mês.

Para Goldfajn, as projeções indicam que inflação está sob controle. E apesar da volatilidade enfrentada pelo Brasil desde o ano passado, a situação econômica melhorou.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralIlan GoldfajnInflaçãoreformas

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor