Investigações de políticos não afetam Previdência, diz Meirelles
Para o ministro, as investigações da Lava Jato têm efeito neutro sobre o ritmo da avaliação do Congresso sobre a proposta do governo para a reforma
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de abril de 2017 às 20h13.
Última atualização em 20 de abril de 2017 às 20h14.
Washington - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , afirmou que as investigações em curso relativas a políticos suspeitos de atos ilegais, no âmbito da Operação Lava Jato, têm efeito neutro sobre o ritmo da avaliação do Congresso sobre a proposta do governo para a reforma da Previdência Social.
"É compreensível que deputados estejam preocupados com as eleições em 2018. Os parlamentares, sendo ou não investigados, têm interesse em fazer seus trabalhos", ponderou o ministro.
"Ao fim do dia, o mais importante é que o País volte a crescer e a inflação e juros caiam", apontou.
Para Meirelles, seria positivo que a reforma da Previdência fosse aprovada pelo Congresso até junho, pois geraria um elemento positivo nas expectativas de agentes econômicos.
"O risco fiscal está caindo com as propostas de reformas. O risco país tem diminuído num somatório", destacou.
O ministro ainda ressaltou que a versão do relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), propicia um benefício fiscal próximo a 76% da proposta original do governo para um período de 10 anos.
Meirelles afirmou ainda que com o avanço de indicadores macroeconômicos no País, que já começa a ocorrer, como mostrou o IBC-BR de fevereiro, as agências internacionais de rating notarão tal evolução.
"Na medida em que as coisas funcionem bem, isso será observado pelas agências de rating", comentou.
Reforma trabalhista
O ministro afirmou também que "é pouco provável" a migração maciça de trabalhadores para tornarem-se microempreendedores com a reforma trabalhista.
"É um risco teórico, não é um risco prático a flexibilização muito maior do mercado de trabalho", apontou.
"Estamos monitorando a evolução com cuidado", apontou.
De acordo com o ministro, caso ocorra uma mudança muito forte nesta questão, o governo vai avaliar como poderá agir, inclusive para evitar impactos indesejados nas contribuições previdenciárias.