Economia

IGP-M perde força em abril com alta de 1,17%

Com altas menores do que março principalmente nos preços ao produtor, segunda prévia do mês aponta para desaceleração da inflação, avaliam analistas

Índice de Preços ao Produtor Amplo desacelerou e teve alta de 1,28%, contra 3,72% na segunda prévia de março (Nacho Doce/Reuters)

Índice de Preços ao Produtor Amplo desacelerou e teve alta de 1,28%, contra 3,72% na segunda prévia de março (Nacho Doce/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 19 de abril de 2021 às 11h18.

Última atualização em 19 de abril de 2021 às 15h25.

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,17% na segunda prévia de abril, contra 2,98% no mesmo período do mês anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 19, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Na avaliação do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o resultado dá sinais de desaceleração da inflação. "Ainda é um valor elevado, mas sua composição melhorou. Temos uma inflação persistente, mas sem dúvida temos sinais de desaceleração generalizada, nada que resolva, mas sem dúvida não piora", prevê o analista.

O indicador é composto principalmente pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). No período, o IPA, que responde por 60% do índice geral, desacelerou a alta a 1,28%, de 3,72% na segunda prévia de março. Já o IPC, com peso de 30% no índice geral, subiu 0,65% na segunda prévia de abril, de 0,89% no mesmo período de março.

No resultado que afeta os produtores, o destaque foi para o grupo de Matérias-Primas Brutas, que subiu 0,16% no período, ante alta de 3,89% no segundo decêndio do mês anterior.

Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais passaram de uma alta de 2,05% em março para 0,97% em abril. A maior contribuição para o resultado vem do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja variação passou de 15,93% para -1,20%. Os preços de Bens Intermediários subiram 2,89%, contra 5,04% no mesmo período de março, com destaque ao subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que teve aumento de 5,22%, contra 16,30% no mês passado.

O coordenador dos Índices de Preços da FGV André Braz também avalia que o resultado observado favorece a desaceleração das pressões inflacionárias. “Sem novas pressões cambiais e maior estabilidade dos preços de commodities em dólar, o índice ao produtor registrou discreta variação entre as matérias-primas brutas (0,16%), este comportamento favorece a desaceleração das pressões inflacionárias ao longo da cadeia produtiva fazendo recuar as variações de bens intermediários e bens finais”, afirma.

O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.

No resultado acumulado em 12 meses, o índice passou para uma alta de 31,57%, acima dos 31,15% do mês anterior. A prévia divulgada nesta segunda calculou as variações de preços no período entre os dias 21 de março e 10 de abril.

Acompanhe tudo sobre:FGV - Fundação Getúlio VargasIGP-MInflação

Mais de Economia

Preço da carne tem maior alta mensal em 4 anos, mostra IPCA de outubro

Número de pessoas que pediram demissão em 2024 bate recorde, diz FGV

Inflação de outubro acelera e fica em 0,56%; IPCA acumulado de 12 meses sobe para 4,76%

Reforma Tributária: empresas de saneamento fazem abaixo-assinado contra alta de imposto