Economia

IGP-M deve voltar a subir em dezembro, diz economista

A previsão é do coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros


	Deflação: com a queda vista em novembro, o IGP-M acumulado nos últimos 12 meses desacelerou a 6,96%, ante 7,52% até outubro
 (Divulgação)

Deflação: com a queda vista em novembro, o IGP-M acumulado nos últimos 12 meses desacelerou a 6,96%, ante 7,52% até outubro (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 14h06.

São Paulo - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que em novembro registrou deflação de 0,03%, deve deixar o terreno negativo no próximo mês, na medida em que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem participação de 60% no IGP-M, também deve migrar para o campo das altas.

A previsão é do coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros, em entrevista, nesta quinta-feira, para comentar o IGP-M. "Mas isso não deve ser nada explosivo, que preocupe", disse, sem, contudo, fornecer uma projeção exata nem para a taxa em dezembro nem para o fechamento de 2012.

O IPA apresentou em novembro deflação de 0,19%. Além do esperado deslocamento dos preços no atacado rumo a níveis mais elevados em dezembro, Quadros acredita ainda que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no IGP-M, ficará mais pressionado, uma vez que dificilmente o grupo Alimentação terá inflação tão benigna quanto a de 0,08% deste mês.

Com a queda vista em novembro, o IGP-M acumulado nos últimos 12 meses desacelerou a 6,96%, ante 7,52% até outubro, mas, considerando-se que em dezembro a expectativa é de retorno a taxas positivas, a trajetória do índice em 12 meses deve voltar a acelerar - em dezembro de 2011, o IGP-M recuou 0,12%.


Para 2013, Quadros aposta em uma trajetória de desaceleração para o IGP-M, mas também sem estimar um número exato para o indicador. "Certamente terá uma desaceleração, mas diria que 'não linear', para usar um termo em voga", afirmou.

Na sua avaliação, ao longo do ano que vem, é pouco provável haver taxas mensais acima de 1% com a mesma frequência vista em 2012. Este ano a oferta de commodities foi bastante afetada por problemas climáticos, sobretudo sobre a safra de soja norte-americana, que foi vítima de uma severa estiagem, com efeito nocivo sobre os preços do atacado e varejo. "A não ser em caso de haver nova adversidade climática, o IGP-M não deve subir como em 2012", previu, lembrando ainda que "são bastante boas as expectativas de safra para o ano que vem".

A percepção do coordenador sobre o IGP-M para 2013 também não muda num quadro de eventual aumento da demanda em razão da provável continuidade da recuperação da economia. "Mesmo que haja aceleração nos preços da indústria com abertura de espaço para recomposição de parte das margens de lucro, não deve fazer frente ao que foi o choque agrícola este ano", comentou.

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