Economia

Placar da Previdência ainda é desfavorável ao governo

Mesmo com as mudanças no texto, a maioria dos parlamentares continua contra a reforma

Michel Temer: diante do risco de perder o apoio da bancada feminina, Temer deu aval para a redução da idade das mulheres para 62 anos; a dos homens permaneceu em 65 anos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: diante do risco de perder o apoio da bancada feminina, Temer deu aval para a redução da idade das mulheres para 62 anos; a dos homens permaneceu em 65 anos (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2017 às 18h41.

Última atualização em 19 de abril de 2017 às 19h07.

São Paulo - Mesmo com regras mais brandas do que as propostas originalmente, o número de deputados contrários à reforma da Previdência ainda continua maior do que o de favoráveis.

Levantamento feito pelo Grupo Estado na Câmara dos Deputados mostra que o governo Michel Temer ainda enfrenta resistência dos parlamentares.

Até as 16h30 desta quarta-feira, 19, a equipe do Grupo Estado ouviu 249 deputados, sendo que 131 disseram que vão votar contra o texto.

Apenas 37 afirmaram estar dispostos a aprovar a reforma da Previdência da forma como está.

Outros 60 não quiseram abrir o voto e 20 se declararam indecisos. Ainda estão sendo localizados 264 parlamentares.

O Placar da Previdência será continuamente atualizado até a votação final da proposta.

São necessários 308 votos a favor para aprovação no plenário da Câmara, o equivalente a três quintos dos 513 deputados.

A reforma da Previdência, principal aposta do governo para colocar a economia brasileira nos trilhos, só deve ser colocada em votação no plenário da Câmara na terceira semana de maio, depois de aprovada na comissão especial.

Para que as novas regras de concessão de aposentadoria e pensões comecem a valer, a reforma da Previdência precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara e em dois turnos no Senado.

O Grupo Estado começou a ouvir os deputados, nesta segunda rodada do Placar da Previdência, logo após o anúncio pelo relator da reforma, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), da flexibilização em sete pontos do projeto enviado pelo governo.

As mudanças não pouparam sequer a "espinha dorsal" da proposta original, que era a idade mínima.

Diante do risco de perder o apoio da bancada feminina, Temer deu aval para a redução da idade das mulheres para 62 anos; a dos homens permaneceu em 65 anos.

Em relação à proposta original, além da idade mínima, também houve suavização nas regras do período de transição (que deverá ser cumprido pelos trabalhadores que já estão na ativa), na forma como são calculados os benefícios, na proibição de acúmulo de benefícios, na aposentadoria rural, nas aposentadorias de professores e policiais e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

O governo não tem a garantia sobre a obtenção dos votos nem no primeiro "teste de fogo", a aprovação na comissão especial.

O grupo formado por 36 deputados ainda está muito dividido: 14 afirmaram que vão votar a favor; 13 se declararam contrários; sete parlamentares não quiseram abrir o voto, e apenas um se disse ainda indeciso.

O início da votação do parecer comissão especial que avalia a proposta na Câmara foi adiado para o dia 2 de maio, o que atrasa em uma semana o cronograma previsto pelo governo para a tramitação da proposta.

A primeira rodada do Placar da Previdência, antes do parecer do relator, apontou 276 votos contrários à reforma e 100 favoráveis, mesmo que parcialmente.

Outros 64 deputados não quiseram responder e 35 se declararam indecisos. O Grupo Estado não conseguiu encontrar 36 parlamentares.

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