Economia

Homem mais rico de Hong Kong luta contra desigualdade

O homem mais rico de Hong Kong disse que as empresas deveriam pagar mais impostos para ajudar a combater a desigualdade de renda


	Li Ka-shing: “se as empresas pagarem um ou dois por cento a mais, muitos pobres poderiam ser beneficiados”
 (Dario Cantatore)

Li Ka-shing: “se as empresas pagarem um ou dois por cento a mais, muitos pobres poderiam ser beneficiados” (Dario Cantatore)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2016 às 16h31.

O homem mais rico de Hong Kong disse que as empresas deveriam pagar mais impostos para ajudar a combater a desigualdade de renda e instou o governo a buscar maneiras de enfrentar a crescente insatisfação da população mais jovem proporcionando a eles mais oportunidades.

“Se as empresas pagarem um ou dois por cento a mais, muitos pobres poderiam ser beneficiados”, disse o presidente do conselho da CK Hutchison Holding, Li Ka-shing, a Angie Lau, da Bloomberg TV, em sua primeira entrevista à imprensa internacional desde 2012.

“O mais importante que o governo tem que fazer é disponibilizar opções para os jovens”.

Li, que afirma que a cidade está atravessando o período mais difícil em duas décadas, está entrando no debate sobre a desigualdade de renda no mundo, que levou nomes como Warren Buffett e Bill Gates a pedirem impostos mais altos sobre as grandes fortunas.

Embora a tributação baixa tenha ajudado a colocar Hong Kong no topo da lista dos lugares mais competitivos do mundo para fazer negócios, segundo a Faculdade de Administração IMD, um de cada sete habitantes vive em uma família com renda mensal inferior a US$ 2.100.

A desigualdade de renda em Hong Kong – onde os ativos dos 10 bilionários mais ricos equivalem a mais de um terço da produção econômica anual – tem sido acusada de alimentar a agitação social, como os protestos em defesa da democracia que paralisaram a cidade em 2014 e um tumulto, em fevereiro, que deixou dezenas de policiais feridos. Isso chamou a atenção do governo central da China, que ordenou às autoridades da ex-colônia britânica que deixassem de lado os debates políticos e se concentrassem em melhorar a qualidade de vida da população.

No que se refere à arrecadação de impostos, Hong Kong tem um dos encargos corporativos mais baixos do mundo, limitando-os a 16,5 por cento, em comparação com os EUA, com 40 por cento, e com a média mundial, de 23,6 por cento, de acordo com a empresa de contabilidade e assessoria KPMG.

Ao contrário de Buffett e Gates, Li se opõe à ideia de cobrar impostos mais altos das grandes fortunas. “Não se pode impor impostos mais altos a uns e mais baixos a outros, senão é um caos”, disse ele.

Li, 87, chegou em Hong Kong vindo da China, devastada pela guerra, em 1940 e começou a erguer sua fortuna fazendo flores de plástico para exportar para o Ocidente.

Considerado muitas vezes como a pessoa mais rica da Ásia, Li se tornou um símbolo da própria ascensão da cidade, mas sua imagem de “Superman” tem ficado atenuada pela desilusão, de um modo geral, a respeito do futuro de Hong Kong e dos laços com o continente.

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