Economia

Hollande quer focar no corte de gastos

A desaceleração da economia europeia forçou a França a atrasar sua meta de cortar o déficit estatal para 3 por cento do PIB este ano

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2013 às 14h34.

PARIS - A França não irá fazer mais medidas de austeridade este ano, focando-se, em vez disso, em cortes de gastos em 2014 para diminuir o déficit para 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, afirmou neste sábado o presidente francês, François Hollande.

A desaceleração da economia europeia forçou a França a atrasar sua meta de cortar o déficit estatal para 3 por cento do PIB este ano e o governo afirmou que não quer impor muita austeridade numa economia próxima da recessão.

"Seria errado tomar medidas que coloquem outro freio no consumo e no investimento", disse Hollande na feira agrícola anual de Paris neste sábado. "Não há necessidade de aumentar a austeridade em 2013. Já foi pedido muito do contribuinte." Ele acrescentou que embora o esforço de seu governo para reduzir o déficit do Estado tenha sido concentrado até agora principalmente em aumentos tributários do que em cortes de gastos, essa tendência será revertida em 2014.

O ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, afirmou nesta sexta-feira que a França pedirá aos seus parceiros da União Europeia (UE) mais um ano para cortar o déficit público abaixo da meta de 3 por cento do PIB, e que irá traçar novos medidas para economizar em breve.

Hollande afirmou que seu governo trouxe o déficit de 5,2 por cento do PIB no final de 2011 para 4,5 por cento em 2012. A Comissão Europeia espera o déficit francês de 2013 em 3,7 por cento do PIB.

"Eu admito que não são os 3 por cento, mas o movimento está indo na direção certa, tanto que há o reconhecimento tanto do escritório de auditoria nacional da França como da Comissão Europeia", disse ele.

Os cortes de gastos em 2014 serão feitos no orçamento estatal, orçamentos locais e no orçamento da previdência, segundo Hollande, reiterando que o governo manterá sua meta de prazo maior de déficit zero em 2017.

Hollande afirmou que a França continuará tentando impulsionar o crescimento por meio do investimento público, notavelmente com fundos reunidos por poupanças livres de impostos e por investimentos de empresas estatais.

Mas ele foi pessimista quanto ao mercado de trabalho, dizendo que se o crescimento econômico em 2013 não for melhor do que a expectativa da Comissão Europeia de 0,1 por cento, o desemprego irá subir ainda mais.

"Mas se as previsões para crescimento de 1 ou 1,2 por cento em 2014 se materializarem, nós veremos criação de emprego novamente", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:EuropaFrançaFrançois HollandeGovernoPaíses ricosPolíticos

Mais de Economia

Por que os recordes de arrecadação do governo Lula não animam mais o mercado?

Conta de luz vai aumentar em julho após Aneel acionar bandeira amarela; veja valores

Inflação nos EUA cai ligeiramente em maio a 2,6% interanual, segundo índice PCE

Desemprego cai para 7,1% em maio, menor taxa para o mês desde 2014

Mais na Exame