Haddad diz que pode aumentar JCP e CSLL caso compensações da reoneração sejam insuficientes
O ministro informou, porém, que as eventuais novas alíquotas ainda não estão definidas
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 22 de agosto de 2024 às 17h05.
Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 17h12.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 22, que o aumento das alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) são uma alternativa caso as medidas definidas para custear a desoneração da folha de pagamentos nos próximos anos seja insuficiente para bancar o benefício oferecido as empresas de 17 setores da economia.
O ministro informou, porém, que as eventuais novas alíquotas ainda não estão definidas.
“O combinado com o Senado é que se as medidas anunciadas não forem suficiente a lei orçamentária tem que prever as medidas compensatórias da desoneração para os anos seguintes. Isso será encaminhado com projeto de lei e podem não vir a não ser aprovadas se as projeções do Senado se confirmarem. Nós discutimos a JCP e a CSLL que são as medidas que consideramos as mais adequadas”, disse.
Segundo Haddad, a proposta de aumento dessas alíquotas da JCP e da CSLL será encaminhado ao Congresso simultaneamente com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025.
Os projetos só serão votados caso as medidas compensatórias, ainda em tramitação no Congresso, não cubram o benefício fiscal.
Fundos de pensão
Haddad também negou que discutiu alterar as normas de investimentos para permitir que fundos de pensão financiem obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O ministro da Fazenda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram na última quarta-feira, 21, com presidentes de fundos de pensão de estatais.
Segundo ele, foram debatidas alterações regulatórias e não medidas para canalizar recursos para programas específicos. Entretanto, ele não detalhou que propostas foram apresentadas durante a conversa.