Economia

Guedes diz que é possível fazer versão mais enxuta da reforma tributária

'Podemos fazer versão tributando os super ricos e reduzindo os impostos sobre as empresas', afirmou o ministro da Economia

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Adriano Machado/Reuters)

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2022 às 11h21.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, 9, que é possível fazer uma versão mais enxuta da reforma tributária, que é o que está voltando para mais investimentos de fora no país. "A hora é agora. Já aprovamos a reforma da Câmara dos Deputados, está travada no Senado. Podemos fazer versão tributando os super ricos e reduzindo os impostos sobre as empresas, é o que falta para receber os investimentos de fora", afirmou Guedes, que participou do lançamento do Monitor de Investimentos do Ministério da Economia.

Ele citou no evento o corte da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Era imposto contra a indústria brasileira. Pela primeira vez estamos reduzindo", disse.

Guedes não se manifestou, no entanto, quanto à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que suspendeu o corte na alíquota para produtos que também são produzidos na Zona Franca de Manaus, na última sexta-feira.

"Queremos acabar com a tributação sobre a indústria para o Brasil ser potência industrial, com todas as matérias-primas", disse Guedes. "Se estivéssemos em outro governo, em outra direção, já estaríamos na miséria", concluiu o ministro, ao encerrar sua participação no evento.

Brasil aberto para investimentos

Durante o evento, o ministro da Economia voltou a repetir que o Brasil tem R$ 860 bilhões de compromissos de investimentos contratados na plataforma de concessões, autorizações e privatizações.

"A reforma de marcos regulatórios fez com que o Brasil seguisse com as reformas, no momento em que o mundo pede o porto seguro para fazer os investimentos", afirmou. "O Brasil diz para o mundo: 'venham que estamos abertos'", disse Guedes. "Todo dia temos empresários em Brasília anunciando investimentos conosco, como indústria automobilística, 5G, portos, rodovias, ferrovias" exemplificou o ministro. "Tudo que o Brasil coloca na prateleira, recebe investimentos. Não cabe pessimismo."

Para entrar na OCDE, Brasil precisa fazer reforma tributária, diz Guedes

Guedes disse que o modelo de investimento público levou à corrupção na política e à estagnação da economia. "O modelo desaguou, afundou. Poluiu o ambiente de negócios, derrubou a taxa de investimentos no país", criticou o ministro, ao afirmar que o Brasil, lentamente, está recuperando a capacidade de investimentos.

'Parte da solução' para problemas globais

O ministro da Economia afirmou que o Brasil é "parte da solução" para três problemas futuros globais: segurança energética, alimentar e mudanças climáticas. "Isso é do ponto de vista externo. Estar perto e ser um país confiável, e o Brasil está se colocando nessa posição", afirmou Guedes, que voltou a dizer nesta segunda-feira que o Brasil é uma democracia "estável, muito barulhenta, mas que entrega resultados".

De acordo com o ministro, além de tributar poluição e estimular a tecnologia verde, "precisamos de pagamento por serviços ambientais".

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Guedes aproveitou para dizer que o Brasil zerou o déficit público, "entramos à frente da curva na política monetária e o PIB vai crescer de novo".

Momento da reconfiguração das cadeias produtivas globais

O ministro da Economia disse que, em meio à confusão geopolítica esse é o momento de reconfiguração das cadeias globais produtivas. De acordo com Guedes, a cadeia de suprimentos agora precisa estar perto, "não pode estar longe", dado o recente "rompimento das cadeias globais" com as crises mundiais.

Ele citou, como exemplo, a energia, na Rússia, e semicondutores, que vêm da Ásia. "O Brasil está perto e é confiável, e isso é percebido pela Europa e pelos Estados Unidos", afirmou.

No início de seu discurso, Guedes disse que o crescimento do País depende de investimento "em todas as dimensões", incluindo educação. "Educação também é investimento e deverá ser monitorada dentro das métricas de investimentos", citou o ministro.

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