Economia

Guedes defende nova CPMF: até traficante paga

Segundo o ministro da Economia, uma nova CPMF, de 0,2%, passaria despercebida, e seria paga por todos, "até por um traficante de drogas e armas"

Guedes: o Congresso tem que decidir se prefere um imposto horroroso, mas justo (Flavio Santana/Exame)

Guedes: o Congresso tem que decidir se prefere um imposto horroroso, mas justo (Flavio Santana/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 22h22.

Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 18h49.

São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a criação de um novo imposto ao estilo da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) em discurso aos empresários e executivos presentes na premiação de Melhores e Maiores de EXAME, nesta segunda-feira (26).

“O que você prefere, os encargos trabalhistas ou desonerar a folha e pagar esse imposto horroroso sobre transação financeira? Escolhe." Ele disse que esse novo imposto teria alíquota baixa, de 0,2%, e que até "traficante de arma paga, traficante de droga paga".

O ministro voltou a defender a desindexação de todas as despesas de todos os entes da federação, união, estados e municípios. “Claro que os governadores e a classe política gostam de defender a Federação. Mas é um crime contra o Brasil não aproveitar o mais rápido possível os recursos como pré-sal e do gás para transformar investimentos para o Brasil.”

Precisamos, diz Guedes, de um estado que se desloque do governo central para estados e municípios, e que foque em saúde e educação e que deixe para os outros entes e para a iniciativa privada os investimentos. “Precisamos da autorização para acelerar as privatizações. ”

Em contrapartida, disse o ministro, precisamos liberar estados e municípios a gastar no que é mais importante. “O dinheiro está todo carimbado, o que inviabiliza a gestão. ”

A maior inspiração para o ministro é o modelo americano e a Alemanha, em que a principal atividade política é discutir os orçamentos públicos. “O estado está maduro para isso”, afirmou. “Estamos confiantes que temos apoio da câmara e do Senado, apesar do barulho que chega. Temos uma aliança de centro-direita, com a esquerda isolada”. Vêm aí, segundo Guedes, MP atrás de MP, como a do saneamento, que permitirá uma onda de investimentos privados.

Após uma hora de discurso, Guedes foi aplaudido pelo público de Melhores e Maiores. Agora é transformar as altas expectativas em crescimento econômico. “Vai dar tudo certo e sairemos melhores e maiores. ”

 

Acompanhe tudo sobre:CPMFImpostosMelhores e MaioresMinistério da EconomiaPaulo Guedes

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor