Economia

Guedes defende alívio a devedores do Fies em comissão na Câmara

O ministro também disse que o Fies deveria ser restrito a famílias de classe média, que teriam condições de pagar o financiamento mesmo que o jovem beneficiado fique sem emprego

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 1 de junho de 2021 às 15h00.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta terça-feira que o governo promova um programa de alívio aos devedores do Fies (Programa de Financiamento Estudantil), nos moldes do que faz para as empresas com a transação tributária.

Em audiência pública na comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Guedes criticou o fato de, na crise financeira de 2008, o governo dos Estados Unidos ter tido boa vontade ao lidar com o endividamento de bancos e investidores imobiliários, mas não ter tratado com a mesma consideração jovens desempregados que tinham dívida estudantil a pagar.

"E eu estou dizendo hoje aqui que nós devíamos pensar isso a respeito do Fies, nós temos que pensar nisso", disse Guedes.

"E porque que a gente vai fazer, e nós vamos fazer, um programa de transação tributária que permite empresas... terem um alívio tributário, nós temos que lembrar dos jovens também, estudantes", acrescentou, sem elaborar.

Respondendo a questionamentos dos parlamentares, Guedes também disse que, em seu entendimento, o Fies deveria ser restrito a famílias de classe média, que teriam condições de pagar o financiamento mesmo que o jovem beneficiado fique sem emprego. Para os estudantes de baixa renda, ele defendeu que o governo forneça "vouchers" (bolsas).

"O jovem negro vem da periferia e quer estudar, ele precisa de um voucher, ele não pode ter a responsabilidade de devolver esse dinheiro, ele não sabe se vai conseguir emprego", afirmou.

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