Economia

Greve do Metrô e CPTM: Comércio da Grande SP estima perdas de até R$ 55 milhões

Na avaliação do economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras "imediatas" e "por impulso" dos consumidores

Greve: paralisação pode provocar perdas de até R$ 55 milhões ao comércio (Eduardo Frazão/Exame)

Greve: paralisação pode provocar perdas de até R$ 55 milhões ao comércio (Eduardo Frazão/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 3 de outubro de 2023 às 17h07.

Última atualização em 3 de outubro de 2023 às 17h07.

A greve de 24 horas dos metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp pode representar uma perda milionária para o comércio Grande São Paulo. Segundo estimativa do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), o comércio da região pode ter deixado de arrecadar até R$ 55 milhões devido à paralisação. A estimativa é baseada no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e na região metropolitana.

Na avaliação do economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras "imediatas" e "por impulso" dos consumidores. "Com a restrição da circulação causada pela paralisação ficam prejudicados o que chamamos de consumos imediato e por impulso, que são os mais afetados quando há esses tipos de limitações no fluxo de clientes", comenta Gamboa.

Os três sindicatos cruzaram os braços nesta terça-feira em protesto aos planos de privatização e terciarização das três empresas públicas pela gestão Tarcísio de Freitas. Os trabalhadores exigem que o governo interrompa os processos de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirização do Metrô e consulte a população por meio de um plebiscito sobre as entrega das empresas estatais à iniciativa privada.

Eles afirmam que a concessão de linhas de transporte e da rede de água e esgoto vão piorar a qualidade dos serviços. E citam, como exemplo, o aumento das falhas nas linhas 8 e 9 da CPTM após a concessão à ViaMobilidade. Em entrevista coletiva nesta manhã, Tarcísio afirmou que o seu governo vai seguir com os estudos e classificou a greve como ilegal. 

Justiça do Trabalho já determinou que os trabalhadores da CPTM e Metrô devem operar com 100% do efetivo em horários de pico e 80% nos demais períodos. A decisão definiu que os horários de pico são os compreendidos entre 4h e 10h e entre 16h e 21h. Também ficou proibido a liberação de catracas. Em caso de descumprimento da determinação, “cada um dos sindicatos que representam os trabalhadores sofrerão multa diária de R$ 500 mil”. Como as linhas do Metrô não funcionaram e da CPTM operaram de forma parcial nesta terça-feira, os sindicatos devem ser multados. 

A cidade registrou mais de 600 km de lentidão durante a manhã desta terça-feira. O rodízio foi suspenso e as administrações estadual e municipal decretaram ponto facultativo. Apenas as creches e escolas municipais e postos de saúde funcionam. Escolas da rede estadual estão fechadas.

Segundo boletim divulgado às 12, as linhas do Metrô não estão funcionando e a CPTM tem linhas com operação parcial ou fechadas. As linhas 4-amarela, 5-lilás, 8-diamante e 9-esmeralda funcionam normalmente -- -- elas são administradas pela iniciativa privada. 

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