Superlua no Templo de Poseidon, Grécia (Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 12h27.
São Paulo - A Grécia está de volta para as manchetes.
Em janeiro, o partido de esquerda Syriza venceu as eleições no país com uma plataforma anti-austeridade. Desde então, o novo governo tem rodado a Europa pedindo apoio para uma renegociação da dívida.
Na semana passada, o ministro de Finanças honrou sua fama polêmica ao lado do seu colega alemão em uma coletiva recheada de referências históricas.
Enquanto isso, o Banco Central Europeu (BCE) cortava uma linha de financiamento dos bancos gregos, mais um sinal de uma pressão política que está sendo criticada pelos Estados Unidos.
O resultado desse impasse vai definir o futuro da zona do euro e os limites de atuação para um país que tem 170% de dívida em relação ao PIB e um histórico longo com esse problema desde que ficou independente em 1829.
A Grécia passou quase metade da sua história moderna em situação de calote ou reestruturação, de acordo com um gráfico enviado pelo Bank Of America Merril Lynch. Veja:
O Brasil, por exemplo, teve mais calotes do que a Grécia - 9 contra 6 - mas passou cerca de 27% da sua história moderna em situação de crise da dívida, bem menos do que nossos colegas europeus.
Rivalizam com a Grécia países como México, Rússia e Polônia: todos passaram mais de 35% da sua história moderna em situação de calote ou reestruturação.