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Grécia negocia condições para recorrer à ajuda financeira internacional

Conversas são consideradas decisivas para saber se a Grécia recorrerá ao resgate europeu com a colaboração do FMI

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Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2010 às 17h53.

Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Comissão Europeia (CE) e do Banco Central Europeu (BCE) começou hoje em Atenas as negociações com o Governo grego sobre as medidas de ajuda financeira ao país.

Essas conversas são consideradas "decisivas" para saber se a Grécia recorrerá ao resgate europeu com a colaboração do FMI, que ofereceu sua ajuda em março.

Os países da zona do euro ofereceram à Grécia um crédito de US$ 30 bilhões de euros a uma taxa de juros anual de 5% e são esperados entre US$ 10 e US$ 15 bilhões do FMI a uma taxas de juros menor, tudo para 2010.

O Governo do primeiro-ministro socialista grego, Yorgos Papandreu, demorou a tomar uma decisão na esperança de que seu país recupere a confiança dos mercados e os juros financeiros para sua dívida diminuam. Até o fim do ano devem vencer pelo menos US$ 30 bilhões de euros da dívida grega.

Economistas em Atenas calculam que os contatos para determinar as condições dessas ajudas se prolongarão, pelo menos, entre dez e 15 dias, quando vence o pagamento de US$ 9 bilhões de euros de créditos.

O ministro das Finanças grego, Yorgos Papaconstantinou, descartou que a Grécia fique sem assistência para cumprir com o pagamento da dívida em maio, porque pode pedir tanto empréstimos aos mercados como a seus parceiros comunitários.

Com a emissão de dívida ontem por US$ 1,950 bilhão de euros a três meses a 3,65% de juros, ficou claro que os mercados ainda não têm confiança na capacidade grega de pagar sua dívida.

As conversas serão focadas no Plano de Estabilidade e Desenvolvimento da Grécia de três anos, aprovado pelos membros da UE em fevereiro, declarou o ministro Papaconstantinou. O Executivo impôs cortes drásticos dos salários e pensões para o setor público, além de elevar a carga de impostos, com o que espera economizar 4,8 bilhões de euros em 2010 e reduzir o déficit fiscal de 12,7 para 8,7 % do Produto Interno Bruto (PIB) até o fim do ano.

Os representantes da UE, do BCE e do FMI também abordam a partir de hoje o programa de medidas adicionais para o reajuste fiscal em 2011 e 2012.

Os gregos temem que a ajuda estrangeira esteja condicionada a uma redução salarial adicional do setor privado e dos funcionários, um aumento da idade de aposentadoria em dois anos, um corte do número de empregados públicos e uma maior flexibilização do mercado de trabalho.

Além disso, o Governo grego tem um projeto pronto para privatizações e semiprivatizações de empresas estatais, o que lhe forneceria 2,5 bilhões de euros.

O FMI prevê uma contração do crescimento econômico grego de 2% para 2010 e de 1,1% em 2011, assim como um índice de desemprego de 12% este ano, que pode passar para 13% em 2011.

Além disso, a CE anunciará amanhã que a Grécia fechou 2009 com um déficit fiscal de 12,7% do PIB e que a dívida pública superou os 113% do PIB, ambos parâmetros muito superiores aos critérios impostos pelo Tratado de Maastricht para a Zona do Euro.

 

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