Economia

Grécia não receberá dinheiro até acordo total, diz UE

Eurogrupo fechou as portas para um pedido de dinheiro antecipado em troca de reformas parciais


	Jeroen Dijsselbloem: "um acordo abrangente é necessário antes que qualquer desembolso possa acontecer
 (John Thys/AFP)

Jeroen Dijsselbloem: "um acordo abrangente é necessário antes que qualquer desembolso possa acontecer (John Thys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 10h41.

Riga - Ministros das Finanças da zona do euro fizeram um duro alerta à Grécia nesta sexta-feira de que seu governo esquerdista não receberá mais ajuda até que concorde com um plano completo de reforma econômica, no momento em que Atenas se aproxima da falência.

Após uma dura manhã de negociações com o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, o presidente do Eurogrupo de ministros das Finanças, Jeroen Dijsselbloem, fechou as portas para um pedido de dinheiro antecipado em troca de reformas parciais.

Ele também afirmou que os 7,2 bilhões de euros restantes em fundos congelados de resgate não estarão mais disponíveis depois de junho, e que os credores da Grécia não falarão sobre financiamento de longo prazo e alívio da dívida até que Atenas finalize o acordo provisório em sua totalidade.

"Uma lista abrangente e detalhada de reformas é necessária", disse Dijsselbloem em entrevista à imprensa após reunião em Riga. "Um acordo abrangente é necessário antes que qualquer desembolso possa acontecer... Estamos todos cientes de que o tempo está se esgotando."

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou após se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Bruxelas na quinta-feira, que esperava um acordo até o final deste mês.

Mas Dijsselbloem disse que os ministros das Finanças vão avaliar o progresso de novo apenas em 11 de maio --um dia antes de a Grécia ter que fazer um pagamento crucial e incerto de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que o BCE continuará permitindo empréstimos de emergência a bancos gregos desde que eles sejam avaliados como solventes.

Mas alertou que os altos rendimentos dos títulos governamentais gregos estão diminuindo o valor das garantias que os bancos apresentam para receber fundos.

Enfrentando uma onda de saques, os bancos permanecem vivos com 75,4 bilhões de euros em assistência de liquidez emergencial do banco central grego. Mas as críticas estão crescendo dentro do BCE, segundo fontes do banco central.

O comissário econômico europeu, Pierre Moscovici, afirmou que apesar de algum progresso nos últimos dias, credores internacionais ainda não estão nem perto de um acordo com Atenas.

"Nossa mensagem hoje é muito clara: precisamos acelerar, precisamos acelerar a partir de hoje... não há outra escolha se quisermos alcançar o objetivo que todos compartilham, que é uma Grécia estável e próspera ancorada na zona do euro", disse Moscovici.

Varoufakis buscou minimizar as diferenças, dizendo que os ministros haviam concordado em acelerar as negociações, atrasadas também pela insistência da Grécia de que as equipes de UE, BCE e FMI evitem permanecer por tempo prolongado em Atenas por temerem intensificar a irritação popular contra a detestada "troika".

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