Grécia intensifica contatos antes de reunião decisiva
O primeiro-ministro Alexis Tsipras intensificou no fim de semana os contatos com as autoridades europeias antes da esperada reunião de cúpula de segunda-feira
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2015 às 16h30.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras , intensificou no fim de semana os contatos com as autoridades europeias antes da esperada reunião de cúpula de segunda-feira, que tentará evitar um 'default' (suspensão de pagamento) grego que teria consequências imprevisíveis.
Tsipras conversou por telefone neste domingo com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para apresentar as propostas do país e tentar um "acordo mutuamente benéfico".
Na segunda-feira, antes da cúpula, vai se encontrar pessoalmente com os representantes dos credores: Juncker, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o presidente do BCE, Mario Draghi, e os principais ministros finanças da zona euro, Jeroen Dijsselbloem, de acordo com o governo grego.
Nenhuma informação sobre o conteúdo das propostas foi divulgado, mas o governo de Tsipras destacou que deseja "uma solução definitiva e não provisória".
Em Milão, o chefe de Governo italiano, Matteo Renzi, se mostrou otimista e afirmou que "estão reunidas" todas as condições para um acordo "benéfico para todas as partes".
Hollande, que teve uma reunião com Renzi, afirmou que está fazendo tudo para que o acordo seja "global e duradouro".
O prazo para alcançar um acordo que permitira a liberação de uma parcela de empréstimo vital para Atenas, de 7,2 bilhões de euros, é cada vez mais curto. Sem a verba, no dia 30 de junho a Grécia pode ficar impossibilitada de pagar mais de 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI.
A possibilidade de uma saída da Grécia da zona do euro não deixa de ser mencionada. No sábado, o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, afirmou que não é possível saber exatamente a reação dos mercados e seu estado de ânimo se a Grécia fracassar".
A incerteza é tal que saques em dinheiro de bancos gregos têm acelerado, e esta semana foram sacados entre 4.000 e 6.000 milhões de euros, de acordo com a imprensa local.
Para resolver a situação dos bancos gregos e, provavelmente, aumentar de novo os fundos de emergência disponibilizados, os governadores do BCE farão uma teleconferência na segunda-feira de manhã.
- Com ou sem o FMI -
Antes de viajar neste domingo para Bruxelas, Tsipras presidiu em Atenas um conselho de ministros para preparar a estratégia ante os credores, que rejeitaram as propostas gregas em uma série de negociações frustrantes.
A Grécia mantém a inflexibilidade a respeito de algumas condições, destacou o ministro de Estado, Nikos Pappas, ao jornal Ethnos.
"Restabelecimento do direito trabalhista, nenhuma redução de salários ou pensões, plano estratégico exaustivo sobre o problema da dívida", disse.
No sábado, no entanto, o ministro de Estado para coordenação do trabalho governamental, Alekos Flambouraris, deu a entender que o governo poderia aceitar acelerar o fim das pré-aposentadorias e reduzir o nível dos impostos sobre os lucros das empresas.
Ao mesmo tempo, ele recordou as condições "indispensáveis" do país: "flexibilidade orçamentária e reestruturação da dívida pública, superior a 170% do PIB grego.
Caso o programa de ajuda seja ampliado, Pappas não deseja que o FMI continue participando no resgate à Grécia, ao lado da UE e do BCE.
Pappas considera que a Europa "não precisa" desta instituição com sede em Washington, que tem "uma agenda unilateral e em nada europeia", e que o continente pode "seguir adiante sem ela e seu dinheiro".
Em um artigo publicado no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, fez um apelo para que a chanceler alemã atue com responsabilidade.
Merkel pode "entrar em um acordo honroso com um governo que recusou o 'programa de resgate' e aspira a uma solução negociada. Ou ceder às tentações de seu governo, que a encoraja a lançar ao mar o único governo grego fiel a seus princípios e que pode levar o povo grego ao caminho da reforma", escreveu Varoufakis.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras , intensificou no fim de semana os contatos com as autoridades europeias antes da esperada reunião de cúpula de segunda-feira, que tentará evitar um 'default' (suspensão de pagamento) grego que teria consequências imprevisíveis.
Tsipras conversou por telefone neste domingo com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para apresentar as propostas do país e tentar um "acordo mutuamente benéfico".
Na segunda-feira, antes da cúpula, vai se encontrar pessoalmente com os representantes dos credores: Juncker, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o presidente do BCE, Mario Draghi, e os principais ministros finanças da zona euro, Jeroen Dijsselbloem, de acordo com o governo grego.
Nenhuma informação sobre o conteúdo das propostas foi divulgado, mas o governo de Tsipras destacou que deseja "uma solução definitiva e não provisória".
Em Milão, o chefe de Governo italiano, Matteo Renzi, se mostrou otimista e afirmou que "estão reunidas" todas as condições para um acordo "benéfico para todas as partes".
Hollande, que teve uma reunião com Renzi, afirmou que está fazendo tudo para que o acordo seja "global e duradouro".
O prazo para alcançar um acordo que permitira a liberação de uma parcela de empréstimo vital para Atenas, de 7,2 bilhões de euros, é cada vez mais curto. Sem a verba, no dia 30 de junho a Grécia pode ficar impossibilitada de pagar mais de 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI.
A possibilidade de uma saída da Grécia da zona do euro não deixa de ser mencionada. No sábado, o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, afirmou que não é possível saber exatamente a reação dos mercados e seu estado de ânimo se a Grécia fracassar".
A incerteza é tal que saques em dinheiro de bancos gregos têm acelerado, e esta semana foram sacados entre 4.000 e 6.000 milhões de euros, de acordo com a imprensa local.
Para resolver a situação dos bancos gregos e, provavelmente, aumentar de novo os fundos de emergência disponibilizados, os governadores do BCE farão uma teleconferência na segunda-feira de manhã.
- Com ou sem o FMI -
Antes de viajar neste domingo para Bruxelas, Tsipras presidiu em Atenas um conselho de ministros para preparar a estratégia ante os credores, que rejeitaram as propostas gregas em uma série de negociações frustrantes.
A Grécia mantém a inflexibilidade a respeito de algumas condições, destacou o ministro de Estado, Nikos Pappas, ao jornal Ethnos.
"Restabelecimento do direito trabalhista, nenhuma redução de salários ou pensões, plano estratégico exaustivo sobre o problema da dívida", disse.
No sábado, no entanto, o ministro de Estado para coordenação do trabalho governamental, Alekos Flambouraris, deu a entender que o governo poderia aceitar acelerar o fim das pré-aposentadorias e reduzir o nível dos impostos sobre os lucros das empresas.
Ao mesmo tempo, ele recordou as condições "indispensáveis" do país: "flexibilidade orçamentária e reestruturação da dívida pública, superior a 170% do PIB grego.
Caso o programa de ajuda seja ampliado, Pappas não deseja que o FMI continue participando no resgate à Grécia, ao lado da UE e do BCE.
Pappas considera que a Europa "não precisa" desta instituição com sede em Washington, que tem "uma agenda unilateral e em nada europeia", e que o continente pode "seguir adiante sem ela e seu dinheiro".
Em um artigo publicado no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, fez um apelo para que a chanceler alemã atue com responsabilidade.
Merkel pode "entrar em um acordo honroso com um governo que recusou o 'programa de resgate' e aspira a uma solução negociada. Ou ceder às tentações de seu governo, que a encoraja a lançar ao mar o único governo grego fiel a seus princípios e que pode levar o povo grego ao caminho da reforma", escreveu Varoufakis.