Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia: "Não deixemos que a Europa se divida" (REUTERS/Paul Hanna)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2015 às 09h25.
Atenas - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, expressou confiança nesta quarta-feira que seu governo conseguirá responder às exigências dos credores antes do fim de semana, data limite imposta pelos sócios da Eurozona para alcançar um acordo sobre uma ajuda financeira a Atenas.
"Não deixemos que a Europa se divida", afirmou Tsipras em um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo (leste da França).
O primeiro-ministro destacou que o país conseguirá responder às exigências da situação "pelo bem da Grécia, da zona do euro e do interesse econômico e geopolítico da Europa".
"O que chamamos de crise grega é a incapacidade coletiva da Eurozona para encontrar uma solução a uma crise da dívida, é um problema europeu, para o qual é necessária uma solução europeia", que evitaria uma "ruptura histórica" da União Europeia, completou.
Tsipras expressou oposição às receitas "recessivas".
"Minha pátria foi durante cinco anos o laboratório da austeridade, mas o experimento não teve sucesso, apesar do enorme esforço de ajuste consentido", disse.
"Nosso programa se concentra nas verdadeiras reformas para lutar contra o clientelismo, a corrupção, a fraude fiscal e as injustiças", completou, antes de destacar que conta com "o acordo dos sócios sobre estas prioridades".
No discurso de abertura do debate no plenário, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recordou que a zona do euro anunciou na terça-feira um ultimato até o fim de semana a Atenas para que apresente um programa confiável de reformas e ajustes fiscais para evitar "o pior cenário", uma saída do país da zona do euro.
O comissário Europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, afirmou que é possível e necessário um acordo com a Grécia, mas destacou que depende da capacidade de Atenas de apresentar propostas de reformas confiáveis aos sócios da zona do euro.
"Até domingo é necessário encontrar uma solução, acredito que é possível. Sim, um acordo é possível, sim, é necessário", declarou ao canal France 2.
"A bola está claramente no campo das autoridades gregas", completou.