Economia

Governo restringe importação de cobertores da China

Medida foi tomada por desconfiança de que asiáticos usem práticas desleais para diminuir o preço; Paraguai e Uruguai também foram afetados

Os cobertores terão que passar pela alfândega ao chegarem ao Brasil (Justin Sullivan/Getty Images)

Os cobertores terão que passar pela alfândega ao chegarem ao Brasil (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2011 às 18h52.

Brasília.- O Governo anunciou nesta segunda-feira a aplicação de licenças de importação não-automáticas aos cobertores de fibra sintética procedentes do Paraguai, do Uruguai e da China.

As autoridades acreditam que os chineses aplicam práticas desleais para vender cobertores abaixo de seu preço de mercado (dumping) e que, além disso, se aproveitam dos outros integrantes do Mercosul para chegar ao mercado brasileiro, segundo um comunicado do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

As medidas "antidumping", chamadas de elisão, se estenderam também aos tecidos utilizados para a confecção dos cobertores, já que o Governo acredita que a China também está vendendo o material ao país para terminar os produtos em oficinas locais e burlar a legislação comercial.

As licenças não-automáticas indicam que as mercadorias serão paralisadas na alfândega por um máximo de 60 dias até que recebam a permissão de importação.

Além disso, o Governo anunciou a abertura de uma investigação para confirmar a suspeita de que China tenta burlar as medidas estabelecidas no Brasil.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, se reuniu nesta segunda em Brasília com o ministro do Comércio chinês, Chen Deming, mas nenhum dos dois fez referência a essa questão na entrevista coletiva conjunta.

Pimentel afirmou que o objetivo do Brasil é elevar suas exportações à China em 20% este ano, acima dos US$ 30,785 bilhões faturados em 2010.

Na semana passada, o Governo utilizou o mecanismo de licenças não-automáticas para frear a importação de automóveis. A medida foi interpretada como uma represália à Argentina, que pediu explicações.

O ministro voltou a negar nesta segunda-feira que se trata de uma retaliação ao país vizinho e argumentou que a medida se justifica pelo aumento do déficit comercial que o Brasil sofreu no setor automobilístico nos últimos meses.

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