Santos Dumont: modelo de monetização da WeWork seria adaptado ao movimento natural dos aeroportos (./Divulgação)
Reuters
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 13h32.
Rio de Janeiro - O governo federal vai tentar aprovar concessão do aeroporto Santos Dumont na próxima reunião do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), com foco em lançar o edital do certame no começo de 2018 e realizar o leilão em meados do ano que vem, disse à Reuters uma fonte próxima as discussões.
A concessão do Santos Dumont e de um bloco de terminais deficitários da estatal Infraero será de 30 anos, afirmou a fonte.
A área técnica do governo já desenhou a proposta para a concessão do Santos Dumont e do bloco de aeroportos que serão leiloados com ele, mas a autorização tem de ser dada pelo conselho do PPI.
"O que se quer fazer tecnicamente está desenhado, mas tem que ser aprovado pelo PPI na reunião do dia 23", disse a fonte à Reuters. "Se for feito como proposto o edital sai no começo de 2018 e o leilão cem dias depois. No limite, em junho de 2018", adicionou a fonte.
O grupo que arrematar o Santos Dumont terá que carregar outros terminais e pagar uma outorga de ao menos 1,7 bilhão de reais. A área técnica sugeriu que a concessão do Santos Dumont tivesse outros sete terminais deficitários, mas as discussões podem reduzir esse número para cinco aeroportos: Macaé (RJ), Jacarepaguá (RJ), Pampulha (MG), Carlos Prates (MG) e Vitória (ES). "Uberaba e Uberlândia podem ficar de fora para dar mais competitividade ao certame", disse a fonte.
Além de pagar a outorga, o vencedor do leilão do Santos Dumont terá um compromisso de investir 2,2 bilhões de reais, afirmou a fonte.
O governo também tem planos de leilão de outros dois blocos de aeroportos. "A idéia é fazer tudo no mesmo leilão e achamos que tem demanda para isso e que um não atrapalha o outro", avaliou a fonte.
Um dos blocos teria como carro-chefe o aeroporto de Recife e incluiria ainda João Pessoa (PB), Maceió, São Luís, Teresina, Juazeiro do Norte (CE) e Petrolina (PE). A sugestão feita pela área técnica é que a outorga desse bloco poderia custar 2,2 bilhões de reais.
O terceiro bloco contaria com Cuiabá, Sinop (MT), Rondonópolis (MT), Alta Floresta (MT) e Barra das Garças (MT) e o valor da outorga seria mais baixo e estimado em cerca de 200 milhões de reais, disse a fonte.
Nesses dois blocos também haverá um compromisso de investimento ao longo da concessão que poderia atingir cerca de 5 bilhões de reais, afirmou a fonte.