Economia

Governo precisa dosar gastos sem cortar programas, diz Cunha

Declarações de presidente da Câmara ocorrem em meio às discussões sobre a proposta de Orçamento para 2016


	Eduardo Cunha: “você só faz política social ou certo tipo de coisa na medida que você tenha uma sobra orçamentária
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Eduardo Cunha: “você só faz política social ou certo tipo de coisa na medida que você tenha uma sobra orçamentária (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 13h33.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira que o governo da presidente Dilma Rousseff terá de “dosar” seus gastos sociais, mas sem acabar com as políticas nessa área.

As declarações de Cunha ocorrem em meio às discussões sobre a proposta de Orçamento para 2016, que o Executivo apresentou na semana passada ao Congresso com uma projeção de déficit de 30,5 bilhões de reais.

“Você só faz política social ou certo tipo de coisa na medida que você tenha uma sobra orçamentária, que te permita isso. Ela (Dilma) vai ter de dosar. Não é acabar com as políticas sociais, tem coisas extremamente relevantes”, disse Cunha a jornalistas ao chegar à Câmara.

Ao afirmar que a sociedade não aprovaria um aumento de alíquota ou a criação de um novo imposto, Cunha reconheceu que a maneira de resolver o déficit é a adoção do “remédio amargo” do corte de gastos.

Em mensagem divulgada na internet para marcar o Dia da Independência, em 7 de setembro, Dilma admitiu que alguns remédios para superar as dificuldades são “amargos, mas indispensáveis”.

Encontro com Temer

Cunha confirmou que participará na noite desta terça-feira de jantar com o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e governadores do PMDB.

As lideranças devem discutir a relação do partido, o maior da base aliada, com o governo Dilma. Cunha, entretanto, disse não saber qual será o tema da reunião, mas acredita que serão discutidas “pautas legislativas”.

O cenário político voltou a ficar conturbado em Brasília depois que Temer declarou, na semana passada, que Dilma dificilmente chegaria ao final do mandato se forem mantidos seus atuais níveis de popularidade, atualmente em patamares recordes de baixa.

A declaração foi criticada por parlamentares da base aliada nos bastidores. No domingo passado, a assessoria de Temer afirmou, em nota, que o vice-presidente tem compromisso com a estabilidade das instituições nacionais e que trabalharia com Dilma até 2018.

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